Xbox Series X|S
Resident Evil Village – Uma história surpreendente
Publicado a 13 Mai, 2021

Resident Evil é já uma saga longa no mundo dos videojogos. Começou em 1996 e conta com imensos jogos na sua coleção, recendo agora em 2021 o oitavo capítulo, Resident Evil Village. Alguns jogos anteriores pegam na história principal, outros fazem experiências novas e até de alguma forma únicas. Nem sempre da melhor forma e a sua qualidade tem vindo a ser muito desigual, mesmo na franquia principal. Depois de alguns anos, a descer descontroladamente na receção aos jogadores, com muitos a identificar uma clara fuga do conceito da série, esta parecia muito perdida, mas claramente ganhou uma nova vida com o lançamento de Resident Evil VII.

A história de Ethan volta a trazer uma experiência aterradora, oferecendo uma nova identidade ao jogo, com uma perspetiva first person que se mostrou de grande agrado para os fãs e críticos. No entanto, Resident Evil VII também parece tornar todo o universo da saga ainda mais fantasioso. Resident Evil Village é uma continuação direta do anterior e promete levar os jogadores por uma experiência igualmente interessante. Esta foi a nossa nova aventura no mundo dos videojogos, que foi totalmente transmitida na Twitch.

História surpreendente

O que parece ao início não é o que temos até ao final. Julgo que esta frase é um indicativo mais que perfeito para a narrativa deste jogo. Se ao início temos vários momentos que até nos esquecemos de que aquilo é um Resident Evil, as coisas vão ficando cada vez mais interessantes e conectadas. Tudo acaba por fazer sentido e a ligação com o sétimo jogo é realmente surpreendente. A inserção destes seres que nos fazem recordar os vampiros e lobisomens acabam mesmo a ter a sua lógica e algumas das questões que nos foram sendo incutidas no sétimo jogo levam com grandes respostas neste oitavo capítulo. É interessante compreender como a Capcom conseguiu encaminhar a mirabolante história de Ethan e Mia, conseguindo não só criar surpresas em vários momentos dos seus percursos, como também dar uma base sólida para o futuro da série.

Resident Evil Village não é só uma continuação, é também uma forma de dar mais profundidade ao lore da saga. Conhecer o passado e interligar tudo o que está para trás. Isto é feito de forma subtil no meio da narrativa principal, mas funciona perfeitamente. No final das contas, não só ficamos com conteúdo firme para o jogo em si, como também olhamos com outros olhos para tudo o que poderá vir a seguir. No entanto, sinto que a história destes dois jogos poderia perfeitamente pertencer a uma outra realidade baseada no universo. Não sei o que virá no futuro, mas seria perfeitamente possível, dada a sua diferença tão única em tudo o que desenrolam. Espero que o próximo capítulo possa estruturar ainda melhor esta ligação com o passado e quem sabe, compreendermos exatamente como tudo isto foi influenciado pelo que aconteceu em Racoon City e não só.

Ambiente Europeu perfeito

O ambiente encaixado neste jogo está próximo de perfeito. Está longe de ser tão assustador ou claustrofóbico como o sétimo jogo, mas é sem dúvida uma evolução do que foi feito antes. A Vila ganha vida e torna-se num inimigo invisível que deixará os jogadores tensos e sempre à espera do que vem a seguir. Em todos os momentos, inclusive naqueles em que nada se passava ao redor do personagem, sentia aquela pressão de não saber o que vinha aí e sempre que o jogo me encaminhava para a Vila, essa sensação voltava.

O ambiente de todos os cenários, que relembram muito o ambiente vivido em Resident Evil 4, estão muito bem desenhados e desenvolvidos. Aliando este à interessante história contada e ficamos aqui com uma conjunto bem interessante. Cada secção do jogo que nos leva a vários ambientes diferentes tem as suas formas de pressionar o jogador. Uns mais assustadores e estranhos, outros mais tensos no combate e até nas fugas. Cada momento tem a sua particularidade e cada inimigo nos apresenta desafios totalmente diferentes. Isso torna o jogo muito dinâmico nos seus cenários e mesmo no ambiente em redor do personagem.

Performance & Gráficos

Resident Evil Village é uma demonstração perfeita do que as consolas de nova geração conseguem fazer na experiência de jogo. A performance na consola da Microsoft está perfeita do princípio ao fim. Com vários momentos a demonstrar as potencialidades destas novas máquinas. Desde o número de acontecimentos no ecrã, que muitas vezes fizeram a consola expelir muito ar quente pelo topo. Não se assustem com isso, porque é perfeitamente natural. As batalhas mais intensas não são qualquer problema e o motor de jogo neste ponto adaptou-se perfeitamente à Xbox Series X.

Já no departamento da imagem nem tudo é perfeito. Se este é um dos jogos mais bonitos da saga? Sim, sem dúvida alguma, mas continuo a notar que o RE Engine continua a ter alguns problemas no ambientes exteriores. Não conseguindo oferecer alguns pormenores que podem mesmo chatear os mais atentos aos detalhes. Sempre que tentem utilizar o modo foto, por exemplo, encontrei alguns elementos que tornaram as fotografias feias. As árvores, os ferros e mais alguns elementos no exterior parecia que lhes falta algum detalhes sempre que prestava alguma atenção. Já nos interiores o jogo, apresenta um aspeto incrível e muito bonito. Se falarmos de tudo o que são personagens, secundárias ou não, estão incrivelmente detalhadas. As feições e a pele dos personagens está incrivelmente bem feito e demonstra uma potencialidade incrível para o futuro.

Resident Evil Village

A nova iteração da série é um excelente jogo. Esqueci-me algumas vezes que estava a jogar um Resident Evil por fugir em alguns pontos ao que tão bem conhecemos da saga. É um jogo que se foca muito mais na ação, oferecendo algumas experiências interessantes e diferentes do jogo anterior. A possibilidade de melhorar as armas, comprar e vender materiais e mesmo armas ao Duque, que é um dos personagens mais incríveis, transformaram totalmente este jogo. Mesmo com a jogabilidade a encaixar perfeitamente no sétimo capítulo, é uma experiência nova e muito bem desenvolvida.

Se o oitavo jogo é um jogo incrível, então conectado com o sétimo torna-se ainda mais. Tudo se encaixa que nem legos e até as coisas mais sem nexo ficam a fazer algum tipo de sentido. Não é um jogo perfeito, mas é um jogo muito bem desenvolvido e com uma qualidade acima da média. Se aqueles receios que tinha aquando das primeiras impressões me deixava reticentes quanto a este jogo, então agora posso afirmar que tudo ficou muito bem resolvido. Resident Evil Village é um obrigatório da saga, mas por favor, joguem primeiro o Resident Evil VII, pois a história do novo terá muito mais impacto!

Esta análise foi possível com o apoio da Ecoplay!
Resident Evil Village
Muito Bom
Distribuição:
Estúdio:
Lançamento: 7 de Maio de 2021
8.5
  • Positivo
  • História envolvente e a terminar de forma surpreendente
  • O RE Engine volta a mostrar as suas capacidades gráficas
  • Jogabilidade sólida e muito interessante
  • Ambientes equilibrados e muito bem estruturados ao longo da aventura
  • Performance perfeita na Xbox Series X
  • Negativo
  • Alguns momentos o aspeto gráfico não é impressionante
  • Talvez demasiado focado na ação
  • Nem sempre parece um jogo da saga Resident Evil
Escrito por:
Eduardo Rodrigues
Considero-me um geek da cabeça aos pés. Adoro uma boa leitura, apreciar a arte da BD e da Manga, ver de uma assentada aquela série ou anime incrível, ir ao cinema e devorar um filme e deliciar-me com uma aventura interativa nos videojogos e nos jogos de tabuleiro. Sou um adepto da mágica Briosa e um assistente fervoroso no estádio.