Rolling Realms
Publicado a 24 Set, 2023

Vários mundos em dois dados!

Hoje trago-vos um pequeno jogo que, pelo menos para mim, trouxe, também, um novo conceito quando comparado com os jogos de tabuleiros que costumo jogar ou trazer aqui para o Café Mais Geek. Rolling Realms é um roll and write. Isto significa que os jogadores vão ter a oportunidade de escrever nos tabuleiros individuais, de forma a registar as suas conquistas e, claro, os resultados obtidos através dos números dos dados. Ora, sempre tive alguma apreensão por adquirir ou ter um destes géneros de jogos na minha coleção, porque escrever ou utilizar canetas em cartolina ou papel que o próprio jogo traz é, na minha opinião, um suplício. No entanto, fiquei surpreendido com a qualidade do jogo em si e dos seus componentes. Mais à frente, falar-vos-ei dessas características. Para já, um pequeno resumo de como se joga.

Em Rolling Realms, como o próprio nome indica, existem vários reinos, sendo certo que cada um deles é baseado num dos jogos publicados pela Stonemaier Games. O jogo divide-se por 3 rondas, vencendo quem tiver mais pontos no final desse período. Em cada ronda, os jogadores irão jogar uma série de minijogos, apontando as respetivas pontuações nos seus cartões individuais. Em cada turno, um jogador ficará responsável por rodar os dois dados, sendo que todos os jogadores terão de transpor esses números para o seu cartão, convertendo-os em recursos para os transformar em estrelas. Quem tiver mais estrelas, no final das três rondas, vence.

O jogo é relativamente simples e esse é um dos aspetos que mais atrai os jogadores. Os jogos com uma complexidade mais reduzida e, naturalmente, com uma presença mais pequena na mesa, acaba por ser mais fácil ganhar vontade para o jogar. O outro ponto que em muito enaltece o jogo é, efetivamente, a questão da diversidade. Não só de modos de jogo, como a referência a outros jogos. As expansões que têm aparecido em formato de promo pack tem honrado muitos jogos que ficaram famosos não só pela sua qualidade, mas também pela sua longevidade. Estou a pensar no A feast for Odin, por exemplo. Ainda, relativamente a pontos positivos, a qualidade dos materiais utilizados já é um marco permanente na atuação da Stonemaier Games. Neste jogo diria que este aspeto é ainda mais crucial, sendo um roll and write game, onde vamos ter de escrever nos componentes do jogo e apagar vezes e vezes sem conta. Já para não falar na resistência dos marcadores que, embora sejam relativamente novos, os marcadores do meu jogo pouco ou nada demonstram o número de jogos já concretizados. Quero com isto dizer que, apesar de ser comum a implementação de componentes com elevada qualidade nos seus jogos, a Stonemaier Games teve de caprichar ainda mais para manter o jogo em perfeitas condições de anos para anos.

Por fim, gostaria apenas de referir que as regras de cada um dos reinos que são específicas para cada um deles. Não são difíceis de aprender nem tão pouco de ensinar. Foi por essa razão que fiz um resumo tão curto em relação a como se joga esta pérola. No fundo, no início do jogo, cada jogador terá de ler a carta do jogo que estão a desenvolver e concluir, com sucesso, o que ali é pedido.

No entanto, como costumo dizer, não há rosas sem espinhos. Neste caso, talvez seja mais um toque pessoal do que propriamente um problema concreto. Primeiro: a sorte. A sorte neste jogo é essencial. Todas as jogadas têm por base um rodar de dados, o que, só por si, já pode levar a que certos jogadores, automaticamente, se afastem do jogo. Segundo: complexidade. Tenho a sorte de, ao longo desta jornada, ter jogado vários e diferentes jogos e, nesta altura, já consigo dizer os géneros que gosto e os que gosto menos. Não diria não gostar, pois todas as experiências são únicas, mas roll and write games não são o meu estilo de eleição. Principalmente, aqueles que pouco de estratégia têm para passarem a ser apenas consumidores de tempo por meras jogadas com dados.

Com isto, o veredito está mais ou menos dado e, por essa razão, basta concluir: Rolling Realms é um bom jogo. Mas esta simples classificação carece de uma análise mais detalhada. Tem a grande vantagem de ser um jogo de tabuleiro que rapidamente é tirado da estante e colocado na mesa. Além disso é bom no sentido em que não é preciso muito tempo para aprender e é ideal para os iniciantes ou para grupos de amigos que não gostem de jogos com regras complexas. Por outro lado, não passa disso mesmo, um jogo que apenas pode ser divertido e que, provavelmente, pouca estratégia pode ter envolvida.

Já jogaram Rolling Realms? Qual é a vossa opinião? Independentemente disso, divirtam-se a descobrir! Bons jogos!

Esta análise foi possível com o apoio da Stonemaier Games!
Rolling Realms
Vários mundos em dois dados!
Bom
Criador:
Jogadores: 1-6 Duração: 00H30M (30 min min)
Lançamento: 2021
Temática:
Distribuição:
7.5
  • Positivo
  • Componentes de alta qualidade, o que beneficia, imenso, um jogo deste género;
  • Imensa variedade de estilos de jogo diferentes, com cada vez mais a chegar;
  • Muito divertido;
  • Negativo
  • Muita sorte nos dados;
  • Falta de desafio/complexidade.
Escrito por:
Joel Henriques
A crescer com o Pokémon desde os cinco anos, apresento-me como um amante incurável do mundo dos videojogos e jogos de tabuleiro. Tenho como objetivo principal, em cada artigo que publico, escrever de forma a transmitir uma opinião simples, mas completa, para que todo o tipo de jogadores sinta que seja como se estivesse, ele próprio, a jogar. Acima de tudo, divirtam-se!