Shadow Force – Perseguidos é um thriller de ação que combina ritmo acelerado, drama familiar e conspirações militares numa narrativa sobre fuga, redenção e sacrifício. Realizado por Joe Carnahan, o filme junta duas figuras de peso — Kerry Washington e Omar Sy — num duo improvável mas eficaz, tanto nas cenas de combate como nos momentos mais íntimos.

A história gira em torno de Kyrah Owens (Washington) e Isaac Sarr (Sy), dois ex-agentes de uma unidade de operações especiais altamente secreta conhecida como Shadow Force. Após anos a servir sob ordens perigosas e duvidosas, os dois abandonam a missão e desaparecem do mapa, movidos por uma razão maior: proteger o filho e construir uma vida fora do alcance da organização que os formou — e agora os quer eliminar.

O enredo desenrola-se em torno da perseguição implacável de que são alvo, ao mesmo tempo que enfrentam os fantasmas do passado e tentam manter a integridade da família que criaram em segredo. Há um constante jogo de gato e rato, traições inesperadas e escolhas difíceis, numa atmosfera onde ninguém parece ser inteiramente confiável.

O filme acerta em vários aspetos: a ação é coreografada com competência, alternando entre combates corpo a corpo e sequências de fuga intensas. A realização mantém o ritmo dinâmico, sem se perder em longas explicações, mas dá espaço suficiente para explorar a relação entre os protagonistas. Kerry Washington entrega uma performance física e emocionalmente sólida, enquanto Omar Sy traz o carisma habitual, equilibrando bem o papel de guerreiro e pai protetor.

Visualmente, Shadow Force tem boa energia: a fotografia é vibrante, com locais bem escolhidos que dão um tom internacional à narrativa, e a banda sonora contribui para o suspense, sem se sobrepor à ação.

Ainda assim, o filme não está isento de falhas. Algumas linhas do enredo poderiam ter sido mais desenvolvidas, sobretudo no que diz respeito ao funcionamento interno da Shadow Force e às motivações de certos personagens secundários. O guião tende a seguir fórmulas familiares do género — o casal em fuga, a traição interna, o passado que regressa para cobrar contas — mas fá-lo de forma suficientemente eficaz para entreter.

Apesar de serem os ex-líderes de uma equipa letal, faziam erros desnecessários que punham em causa a segurança de ambos e do filho.

Não gostei muito da abordagem que fizeram para levar o filme para a fase final, onde ocorre a derradeira cena final entre todas as personagens, porque foi muito forçado e inesperado a forma como levaram a trajetória da história, e de facto fica demasiado previsível o que vai acontecer.

Shadow Force – Perseguidos não reinventa o thriller de ação, mas cumpre bem o que promete: entretenimento sólido, sequências de tensão bem montadas e um núcleo emocional que sustenta a história. Porém, a história torna-se monótona e previsível. A cinematografia deixa o filme mais interessante e eleva o filme.

Recomendo para quem gosta de ficar imerso em filmes de ação com um objetivo claro.