Cuidado Bayonetta, um novo desafio apareceu no rada! Stellar Blade, a nova aposta externa dos estúdios PlayStation, está pronta para agitar o mundo dos videojogos. Mas o que torna este título tão especial? Vamos mergulhar nos detalhes e desvendar o que o torna único. Stellar Blade não foi criado diretamente pelos estúdios internos da PlayStation, mas pelo estúdio sul-coreano Shift Up, maioritariamente detido pela Tencent. A Sony assume o papel de financiadora principal da distribuição global, marcando uma colaboração estratégica entre as duas empresas.
Stellar Blade representa o primeiro grande projeto do Shift Up, um estúdio promissor com potencial para surpreender. Originalmente anunciado como Project EVE para PlayStation 4, Xbox One e PC, o jogo passou por uma mudança estratégica no final de 2021, adiando o seu lançamento para 2023 e, posteriormente, para abril de 2024. Apesar dos contratempos, a espera finalmente chegou ao fim e Stellar Blade está pronto para se apresentar ao mundo.
Com uma jogabilidade que me deixa empolgado, visuais de grande qualidade e uma história intrigante, Stellar Blade promete ser uma experiência memorável para os jogadores. A espera foi longa, mas parece que será recompensadora. Prepare-te para um novo desafio no universo dos videojogos! Vamos agora descobrir se esta nova aventura vale ou não o teu tempo.
Ao adentrar o universo de Stellar Blade, somos imediatamente arrebatados por uma visuais muito interessantes que elevam a experiência a um patamar muito positivo. A maestria da direção de arte neste título é inegável, tecendo um espetáculo de detalhes que cativa os olhos e transporta o jogador para um mundo de beleza ímpar.
Cada cenário que pisamos é uma obra de arte em si, meticulosamente construída para contar a sua história. Seja a explorar desertos áridos banhados pela luz do sol, ou desbravando cavernas escuras iluminadas pelo brilho de objetos bioluminescentes, cada ambiente transborda personalidade e imersão. As texturas são nítidas e realistas, convidando-nos a apreciar cada momento.
Cada elemento do design é pensado para complementar a narrativa e a jogabilidade. A arquitetura dos cenários, a disposição dos objetos, a paleta de cores utilizada – tudo contribui para criar uma atmosfera coesa e imersiva que nos guia pela história e nos conecta emocionalmente ao mundo do jogo. A iluminação e os efeitos visuais são peças fundamentais do quebra-cabeça visual de Stellar Blade. A luz natural que se infiltra pelo lado mais industrial das cidades ou das obras de arte criadas pelo humano, criando um jogo de sombras e raios que torna tudo ainda mais vivo.
Embora a primeira impressão não tenha sido das melhores, informações recentes colocaram Stellar Blade no meu radar, despertando um grande interesse. Para quem me conhece, não é segredo que sou um grande fã do universo de Bayonetta, com a sua jogabilidade frenética e a capacidade de criar um mundo completamente caótico, mas extremamente satisfatório de explorar. No entanto, sempre senti que a saga estava relativamente sozinha no mundo dos videojogos.
É verdade que existem outros jogos de ação frenética, como o brilhante Devil May Cry, mas nos últimos anos, temos visto uma tendência de desconstrução desse género, com um foco maior na narrativa, como foi o caso de God of War. Stellar Blade surge como uma lufada de ar fresco, apresentando-se como uma alternativa empolgante a Bayonetta. O jogo parece reunir todos os ingredientes que tornam a criação de Hideki Kamiya um épico: ação frenética, combos elaborados, um mundo rico e personagens marcantes.
Assim como outros jogos de ação aclamados pela dificuldade recompensadora, Stellar Blade não se intimida em oferecer um desafio empolgante aos jogadores. Apesar de apresentar dois níveis de dificuldade iniciais e um conjunto de opções de acessibilidade para auxiliar jogadores menos experientes, a essência do título reside no seu combate desafiador. Mesmo nos níveis de dificuldade mais baixos e com todas as ajudas disponíveis, o combate em Stellar Blade exige precisão, estratégia e reflexos rápidos. Os inimigos são implacáveis e punem impiedosamente erros e descuidos, exigindo que os jogadores dominem as mecânicas de combate e aprendam a ler os padrões de ataque de cada oponente. Mesmo com estes padrões, muitas vezes o jogo subverte as nossas expectativas e poderá apanhar o jogador de surpresa.
Esta curva de aprendizagem gradual, porém significativa, é um dos pontos altos do jogo. Cada batalha vencida, cada obstáculo superado, proporciona uma sensação de conquista imensa e gratificante. A cada passo, os jogadores vão se sentir mais confiantes e habilidosos, acabando por dominar as nuances do combate e chegando mais facilmente à vitória que tanto se espera. A inspiração em jogos “Souls-like” vai-se manifestando em diversos aspetos da jogabilidade de Stellar Blade. A morte é uma consequência frequente dos nossos erros, mas serve também como uma oportunidade de aprendizagem e melhoramento. Cada derrota incentiva o jogador a repensar nas estratégias, ajustar a abordagem ao inimigo e voltar à batalha mais forte e preparado.
Stellar Blade oferece um sistema de combate interessante, com diversas armas, habilidades e táticas para serem exploradas e dominadas. Aprender a combinar os diferentes tipos de ataques, utilizar habilidades especiais no momento certo e explorar as fraquezas dos inimigos são apenas alguns dos desafios que os jogadores enfrentarão na sua jornada. Stellar Blade não é um jogo para os fracos de coração, mas para aqueles que abraçam o desafio, a recompensa é imensa. A sensação de dominar as mecânicas do jogo, superar obstáculos aparentemente intransponíveis e emergir vitorioso de batalhas épicas é inigualável.
Em jogos com foco na ação e nas mecânicas de combate, a narrativa muitas vezes assume um papel secundário. Priorizar uma jogabilidade dinâmica e empolgante é compreensível para o género, mas a adição de uma história envolvente eleva a experiência a outro patamar. Posso considerar que Stellar Blade se encaixa nesta categoria, apresentando uma trama que, embora não seja extremamente complexa, consegue prender a atenção do jogador com alguns elementos intrigantes.
A história desenrola-se num mundo pós-apocalíptico marcado por uma guerra incessante, tecendo um mistério que precisa de ser desvendado. Reminiscências de histórias de filmes como “Edge of Tomorrow” permeiam a narrativa, criando uma atmosfera familiar e empolgante, mas sem as viagens no tempo. A simplicidade, mas principalmente a tentativa de explorar algumas reviravoltas, ajudaram-me a manter agarrado do princípio ao fim.
Apesar dos seus méritos, a narrativa de Stellar Blade não se destaca pela sua complexidade. A trama segue uma estrutura convencional do género, com alguns momentos onde se tenta surpreender, mas onde essas reviravoltas não quebrarão as expectativas do jogador. Clichés recorrentes do género marcam presença, limitando o impacto geral da história. Aliado a esta questão temos também desenvolvimento dos personagens, tanto aliados quanto inimigos, que seguem uma linha simples e direta, sem se aprofundar em complexas nuances psicológicas.
O jogo destaca-se pelo design criativo e original dos seus inimigos, cada um com características únicas que os distinguem e desafiam o jogador de forma singular. No entanto, essa criatividade nem sempre se mantém constante ao longo da experiência.
Os principais monstros, encontrados no final de cada missão, demonstram comportamentos distintos e padrões de ataque variados. Apesar da diversidade entre eles, todos seguem um sistema de ataque relativamente comum. Por outro lado, os inimigos mais comuns, encontrados ao longo dos cenários, sofrem de uma reutilização excessiva de elementos visuais, o que pode prejudicar a imersão no jogo.
Seria mais interessante se houvesse uma maior diversificação no design dos inimigos comuns, mantendo a atenção e interesse do jogador ao longo da jornada. A repetição de assets pode diminuir a sensação de novidade e desafio, especialmente em jogadores mais experientes. Uma maior variedade de movimentos e estratégias por parte desses inimigos comuns talvez pudesse contribuir para uma experiência de jogo mais envolvente. Para um jogo carregado de ação e onde passamos a maior parte do tempo em combate, o design dos inimigos é crucial para que o jogo seja mais interessante.
Além disso, Stellar Blade iria ganhar imenso se a dificuldade dos encontros com os inimigos tivesse um crescimento mais gradual. Dessa forma, poderia facilmente acompanhar a progressão do jogador e permitir uma curva de aprendizagem mais suave. A sensação de conquista seria muito mais satisfatória no evoluir do jogo.
De promessa duvidosa a um sério candidato, Stellar Blade conquistou-me de forma inesperada. Inicialmente cético face ao que era anunciado, reconheço agora que este título da Shift Up possui um potencial gigante de se destacar entre as melhores sagas do género.
O que acabou por me cativar em Stellar Blade foi mesmo a sua jogabilidade fluida e muito gratificante. Os combates frenéticos e viscerais são a alma do jogo, proporcionando uma experiência viciante. A cada golpe, a cada esquiva, a cada combinação, sinto a adrenalina fluir e isso coloca-me em sentido sempre que surge o novo boss. As mecânicas, embora familiares, funcionam na perfeição, permitindo que execute combos espetaculares e acrobacias desafiadoras com facilidade.
Para os fãs que anseiam por uma alternativa à exclusividade de Bayonetta na Nintendo, Stellar Blade surge como uma opção imperdível. O jogo apresenta combates frenéticos e acrobacias espetaculares, lembrando em muito o estilo da bruxa mais famosa do mundo dos videojogos. Mas Stellar Blade não se contenta em ser uma mera imitação. O jogo apresenta a sua própria identidade única, com um sistema de combate divertido e uma narrativa clara e surpreendentemente boa.
Com o seu potencial e qualidades, Stellar Blade merece a atenção de todos os fãs de jogos de ação. O jogo já conquistou um lugar especial aqui deste lado e estou ansioso para ver o que o futuro reserva para esta estrela em ascensão.
Esta análise foi possível com o apoio da PlayStation Portugal!
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