The Day of the Jackal, uma minissérie de 10 episódios baseada na obra de Frederick Forsyth, entrega uma narrativa eletrizante repleta de ação, espionagem e mistério, com um toque contemporâneo que a torna relevante e envolvente. Produzida com um ritmo intenso e visual internacional, esta nova adaptação prende-nos desde os primeiros minutos.
Eddie Redmayne lidera o elenco com uma performance memorável como o misterioso Jackal — um assassino profissional calculista, frio e incrivelmente metódico. O personagem usa uma sniper customizada e desmontável, criada para escapar a qualquer sistema de segurança moderno, e a forma como ele prepara cada missão é um dos grandes trunfos da série. A atenção aos detalhes em cada cena, especialmente nas preparações e execuções dos tiros, é fascinante e revela um trabalho de produção muito bem pensado.
Jackal é mais do que um simples mercenário: é também um pai de família, casado com Nuria (interpretada por Úrsula Corberó, de La Casa de Papel), que nada sabe sobre a sua verdadeira profissão. A dinâmica entre os dois é convincente, com boa química em cena e um conflito crescente à medida que os segredos começam a surgir.
A história ganha outra camada com a introdução de Bianca (Lashana Lynch), uma agente do MI6 especialista em snipers que se envolve na investigação após um dos alvos do Jackal ser um político de alto perfil. A personagem tem potencial, mas a sua construção e atuação nem sempre convencem. A tentativa de mostrar a dualidade entre a sua vida profissional e pessoal soa forçada em alguns momentos, o que acaba por enfraquecer o impacto da sua presença na narrativa.
A perseguição entre Jackal e a inteligência britânica percorre diversos cenários internacionais, o que dá à série um apelo visual impressionante — mas ao custo de um certo desvio da narrativa central. Embora os locais sejam deslumbrantes, os episódios acabam por se alongar mais do que o necessário, diluindo um pouco a intensidade que a série apresenta no início.
Um dos pontos fracos da série é justamente o desequilíbrio no desenvolvimento das personagens principais. Enquanto Jackal é meticulosamente construído, com cenas sólidas e cheias de tensão, Bianca não recebe o mesmo nível de profundidade, o que dificulta que o espectador se envolva com o seu lado da história. Bianca apresenta também a dualidade família-trabalho mas mostra-se bastante impulsiva e direta, o total oposto do misterioso Jackal.
O mais interessante e fascinante nesta série são a atenção aos detalhes de cada cena da personagem Jackal, este sniper tem uma capacidade incrível de observar o local de onde vai realizar o tiro mortal e de perceber as condições que esse tiro irá sofrer, que podem ou não alterar a trajetória da bala, e causar na falha do alvo. A sua capacidade de fugir e camuflar num local depois de com sucesso ter atingido o objetivo da sua missão é impressionante.
As cidades onde são filmadas as cenas são lindas e as paisagens que vão passando tornam a série cada vez mais internacional e bonita, em termos de cenários.
The Day of the Jackal é um thriller competente e viciante, que mantém o suspense até ao fim e culmina num desfecho satisfatório — embora pudesse ter sido alcançado com menos episódios. A performance de Redmayne é o grande destaque, sustentando grande parte da força dramática da série. Apesar das falhas, o conjunto funciona bem, especialmente para fãs de histórias de espionagem com um toque sombrio e realista.
A primeira temporada já está disponível no catálogo da SkyShowtime e a segunda temporada foi oficialmente confirmada — resta agora esperar que consiga manter (ou até elevar) o nível de tensão e qualidade.
Redes Sociais