PC/MAC
The Front
Publicado a 27 Out, 2023

São muitos os jogos de sobrevivência que existem no mercado, alguns deles são experiências a solo, outros permitem que um grupo de amigos se junte e trabalhe em conjunto, e há ainda outros que não só temos de sobreviver a um ambiente hostil como também a outros jogadores.

É também um dos géneros que mais lançamentos tem ao longo do ano, principalmente de pequenos estúdios independentes que tentam aqui encontrar o seu nicho do mercado. Felizmente, há muitos como eu que procuram sempre a nova grande aposta dentro deste género, aquela que vai fazer mover um grande número de jogadores e expandir aquilo que, até agora, Rust tem sido o único a conseguir entregar. Será The Front o seu primeiro grande concorrente?

Ainda é cedo para chegar a uma grande conclusão, mas muito daquilo que faz um bom survival está lá, mas estamos ainda numa fase algo inicial deste The Front.

Aquilo que poderemos encontrar neste acesso antecipado é até bastante bem avançado quando em comparação com outros títulos do género. O combate já está bem desenvolvido. Ainda que os adversários controlados por inteligência artificial ainda estejam numa fase bem embrionária, ou assim se espera que seja, eventualmente vão sempre acabar por ser algo secundário e apenas uma forma de obter recursos mais específicos. Mas sendo eles algo esponjas, acabam por se conseguir aproximar consideravelmente bem de nós e conseguir dar bom dano, daí que seja necessário escolher bem como nos aproximamos destes adversários.

Chega também a certa parte do jogo em que o planeamento passa a ser mais “que veículo vamos levar?” do que propriamente “temos armamento suficiente para fazer frente aos inimigos?”. É que aqui até temos vários veículos que conseguem causar bons estragos a inimigos e estruturas. Seja de helicóptero ou tank, um trator ou até um buggy, as possibilidades são variadas e bem distintas entre si. Tudo depende do nosso propósito ao nos deslocarmos pelo mapa e qual o destino.

O inventário e todo o sistema de evolução do nosso personagem também já mostra um ar de sua graça. Consoante aquilo que tenhamos em mente, podemos evoluir e alcançar novas habilidades ou formas mais eficientes de recolher recursos ou construir e criar novos itens. É um sistema que podia ser trabalhado, e provavelmente ainda vai ser, já que se torna algo assoberbante lidar com todos os itens que temos no inventário e cofres passado umas horas de jogo. Ainda assim, é bom ver que há muita escolha e possibilidades para “crescer” dentro do jogo.

Mas a maior surpresa de The Front está mesmo na construção. Acho que não estava preparado para o quão desenvolvido estava já este sistema, e muito menos para o quão aprofundado e detalhado ele consegue ser. Isto está num nível que dificilmente vamos encontrar noutras apostas do género, e é talvez o grande ponto forte deste título. Poderiam existir as estruturas básicas que esperamos encontrar nesta fase de qualquer outro projeto, mas não só temos essas como outras mais complexas e de diversos materiais.

Seguem-se todos os mecanismos que nos ajudam a ter algumas comodidades para que não tenhamos de andar sempre a fazer tarefas mais mundanas. Há ainda armadilhas e armamento para proteção da nossa base, o que dá imenso espaço para inventarmos e fazer frente aos inimigos controlados pelo jogo ou até aos outros jogadores. Eu nem consegui ir totalmente ao fundo de todas as possibilidades que The Front dá nessa vertente e já senti que tinha imensa liberdade no pouco que consegui desbloquear e usar.

Acredito genuinamente que este é um daqueles casos em que só vão perder, se não souberem como se focar e comunicar o jogo. Neste momento, o jogo pouco burburinho está a causar, ainda que conte com mais de 15 mil jogadores ativos. Não sei até que ponto estão também a ouvir a comunidade e a responder àquilo que são as necessidades reais de quem está a jogar este título fora do ambiente controlado que é uma qualquer fase de testes, mas o grande mal de produções com orçamentos mais reduzidos, além do marketing, acaba por ser a facilidade com que é possível fazer a chamada “batota”.

Se tiverem tudo isto em conta, e continuarem a melhorar aquilo que o jogo já oferece, incluindo os visuais bastante apelativos, mas muito intensos no sistema (uma boa otimização é fundamental que venha a existir), este é um forte candidato para ter um lugar justo e digno num mercado saturado de muitos projetos inacabados e que desesperadamente precisa de bons títulos para fazer jus ao género. Resta esperar pelo lançamento oficial de The Front, mas por enquanto temos um ano de novo conteúdo a ser adicionado ao jogo em três fases distintas.

The Front
Nível de Interesse?
Grande
Ano: 2023
Estúdio:
Plataformas:
4
Escrito por:
Marco Almeida
Viciado em tudo o que conte uma boa história, desde cinema a videojogos, séries a banda desenhada, e até um bom jogo de tabuleiro. Tudo é motivo para me atirar de cabeça a universos alternativos. E já agora, o Scorsese está errado; o MCU é o pináculo da sétima arte! Quem respira, concorda!