The Hunger Games: A Balada dos Pássaros e das Serpentes
Publicado a 14 Nov, 2023

A expansão que este universo precisava

Se partilham da mesma experiência que eu, The Hunger Games faz intrinsecamente parte da vossa história com a Cultura Pop. Esta saga tem um significado muito especial para mim, e estou extremamente contente por, finalmente, podermos explorar mais a fundo este fascinante universo.

Para aqueles menos familiarizados, este mais recente filme da saga desenrola-se antes dos eventos dos filmes principais, oferecendo-nos a narrativa de origem de Snow. Devo confessar que antecipava um filme voltado para os fãs, com uma intensidade semelhante à dos originais. Quase como um The Hunger Games, mas situado alguns anos antes.

Contudo, equivoquei-me nas minhas expectativas, e isso foi uma surpresa positiva. The Hunger Games: A Balada dos Pássaros e das Serpentes vai muito além disso, é uma verdadeira expansão do universo da saga. O filme funciona de forma independente, embora contenha algumas referências bem-humoradas compreendidas apenas por aqueles que assistiram aos outros quatro filmes, não compromete a experiência para quem não os viu. Consegue, de maneira brilhante, retratar todo o passado de Panem, oferecendo-nos uma narrativa fresca, pesada e bonita.

A estrutura da narrativa surpreendeu-me, pois está fragmentada em três partes e não apresenta um aumento tão pronunciado de tensão. Há momentos de intensidade intercalados com momentos mais calmos em termos de ação, mas o filme como um todo envolve-nos como uma melodia encantadora. Com uma direção de arte fascinante e paisagens deslumbrantes, somos apresentados a um novo lado de Panem, menos extravagante, mais natural e próximo de nós, mas que é muito agradável.

Indiscutivelmente, os atores são um ponto de destaque, com interpretações brutais e fascinantes que conseguem capturar de maneira impressionante a essência destas personagens habilmente delineadas, que, no fundo, sustentam a narrativa. Não o classificaria como um filme centrado nos Jogos, como os anteriores eram, nem estritamente sobre Panem, embora faça um trabalho admirável ao explorá-lo. Este é, antes, um filme centrado em Snow, na sua família e no amor da sua vida. Essa perspetiva é retratada de maneira bela e profunda, destacando a queda do personagem e revelando quem ele realmente é.

O aspeto que menos me agradou foi a maneira como introduziram as cenas musicais, embora perceba que seja uma questão de estilo. Tivemos performances com um toque de musical da Disney, o que é excelente para aproveitar o talento de Rachel Zegler. No entanto, senti que ficou um pouco deslocado. Outro ponto negativo foi a falta de exuberância. Ao retratarem uma Panem mais contida para ressaltar a evolução, parecia haver algum receio em tornar as situações mais dramáticas. Na minha opinião, não teria sido prejudicial exagerar um pouco mais em alguns momentos-chave.

Em suma, é uma excelente narrativa que faz justiça à franquia e que permite abrir a porta para possíveis explorações futuras. Esse foi sem dúvida o grande acerto. Em vez de fazerem um filme focado em agradar os fãs, com elementos nostálgicos e cheio de referências, optaram por contar uma nova história e expandir o universo. E conseguiram fazê-lo de maneira excecional. Mal posso esperar para assistir ao filme novamente e estou verdadeiramente contente por termos esta história brilhante entre nós.

Esta análise foi possível com o apoio da Pris Audiovisuais!
The Hunger Games: A Balada dos Pássaros e das Serprentes
The Hunger Games - Ballad of Songbirds and Snakes
Incrível
Realizador:
Duração: 02H37M (157 min)
Ano: 2023
Saga/Série: The Hunger Games
Distribuição:
Estúdio:
Lançamento: 16 de Novembro de 2023
9.5
  • Positivo
  • Fotografia
  • Direção de Arte
  • Atuações
  • Guião
  • Negativo
  • Estrutura inesperada
Escrito por:
Rodrigo Manhita
Sempre um pouco por todas as áreas desde que envolvam criatividade e histórias. Trabalho como editor de livros YA no mundo editorial, escrevo nas horas vagas e estou sempre a empreender. No mundo Geek encontram-me mais nas séries, nos filmes, na literatura e na cultura asiática, mas também no League of Legends de vez em quando.