The Rogue Prince of Persia
Publicado a 24 Jun, 2024

The Rogue Prince of Persia é a nova aposta da Ubisoft na saga do príncipe, cujo destino foi agora entregue ao estúdio francês Evil Empire.

É curioso ver uma casa tão grande como a Ubisoft confiar num estúdio indie para desenvolver de raiz uma nova aventura numa das suas franquias mais adoradas. E foi com essa mesma curiosidade que me lancei ao teste de acesso antecipado deste primeiro Prince of Persia no género roguelite.

Imagem: Ubisot/Evil Empire

Contra o tempo

Olhando para trás, até parece estranho que nunca ninguém tenha tido esta ideia de fazer um Prince of Persia com mecânicas roguelite. Numa saga em que o controlo do tempo e a luta contra o tempo se tornaram pilares bem cimentados, os primeiros momentos deste The Rogue Prince of Persia dão-nos logo essa certeza de que não haveria melhor género para misturar aqui do que este roguelite, que o próprio Evil Empire já tinha explorado muito bem no seu primeiro e adorado jogo Dead Cells.

Isto implica, claro, regressar ao início sempre que morremos. E recomeçar. Tudo. De novo. Claro que vamos progredindo com novas armas, novos poderes, e novos companheiros que vão surgindo para nos ajudar. É mesmo um género que assenta perfeitamente aqui e que dá outro peso ao tempo, sem nunca se ter tornado demasiado difícil ou frustrante. Isso pode ser, aliás, algo que os maiores fãs de roguelite poderão criticar aqui, por este ser um título (para já) muito mais lite do que rogue.

Imagem: Ubisot/Evil Empire

Parkour!

Para alguns fãs dos jogos da Ubisoft, bastaria referir aqui a palavra parkour e já lhes daria motivos mais do que suficientes para irem a correr jogar este Prince of Persia. Umas vezes melhor, outras pior, a verdade é que, ao longo dos anos, os vários estúdios da Ubisoft foram explorando com bastante mestria esta técnica de subir paredes, escalar torres e deslizar pelo cenário de formas muito originais nas franquias Assassin’s Creed e Prince of Persia. Aqui, o parkour horizontal e vertical é um deleite para os fãs. Esta mecânica não só é essencial para atravessar os cenários, mas também para chegar a locais secretos, escapar às armadilhas habituais da saga, e até no próprio combate, onde me vi muitas vezes a usar a habilidade vertical de subir para depois acabar com um ataque sobre os inimigos ou, simplesmente, para escapar deles quando o nível de vida já era baixo e não me apetecia logo morrer e regressar ao início… outra vez.

Imagem: Ubisot/Evil Empire

Precisa de mais

The Rogue Prince of Persia é, claramente, um jogo ainda em acesso antecipado (ainda só disponível no Steam). Digo isto porque, tendo testado já outros títulos de early access, a verdade é que a maioria destes acabou sempre por trazer mais conteúdo. Este novo Prince of Persia até já pode ser terminado no estado atual, mas a verdade é que o combate depressa se torna limitado, com a necessidade de termos armas mais variadas ou mesmo formas de ataque mais diferenciadas. As interações com alguns personagens que vamos encontrando pelos cenários também pode tornar-se mais interessante, pois alguns diálogos dão a sensação de não terem muita profundidade e isso faz com que se perca algum peso narrativo.

Entretanto, no último Ubisoft Forward, chegou a atualização The Temple of Fire, que trouxe uma nova área jogável, novos inimigos e armadilhas, bem como uma nova arma. Esta atualização também introduziu novidades na Árvore de Habilidades, que permite aos jogadores usar os Spirit Glimmers (um género de almas dos inimigos mortos) usados para desbloquear melhorias persistentes. Esta é apenas uma das muitas atualizações já confirmadas pelo estúdio.

fotografia: Filipe Branco

Performance na Steam Deck

Se há algo em que o estado de early access não se notou foi na performance na Steam Deck, onde o joguei. Sendo um título ainda não verificado para a portátil do Steam, a verdade é que apresentou um desempenho excelente. Sem quebras de framerate demasiado acentuadas, quase sempre nos estáveis 60fps, e sem crashes, foi como se estivesse a jogar a sua versão final, o que é impressionante para um jogo que ainda está a ser desenvolvido à medida que vai tendo o feedback de jogadores e profissionais. Em termos de bateria, tratando-se de um jogo 2D não muito pesado ou visualmente exigente, esta aguentou sempre cerca de 4h de uso, o que é bastante satisfatório.

Imagem: Ubisot/Evil Empire

Música para os meus ouvidos

A banda-sonora de The Rogue Prince of Persia é um dos melhores trabalhos musicais que tive oportunidade de ouvir nos últimos anos na área dos videojogos. Sendo esta saga tão ligada ao mundo persa, é impossível não ter as habituais sonoridades da música árabe presentes, mas a forma como o jovem produtor ASADI contornou essa obrigatoriedade, trazendo uma mistura de sons clássicos do género com música eletrónica e até registos trap, é simplesmente formidável. É um género de Persian Trap, como lhe chama o autor, que automaticamente distingue a sonoridade muito especial deste jogo da de outras entradas na saga.

Parece mentira, e acredito que muitos fãs do príncipe ainda estarão a questionar-se como é que isto aconteceu depois de tantos anos sem novidades nesta franquia, mas este ano já tivemos dois jogos Prince of Persia. Em Janeiro, chegou-nos The Lost Crown, aclamado por fãs e crítica, e que veio colocar um peso extra na dificuldade deste The Rogue Prince of Persia em destacar-se. Mas a verdade é que são duas propostas muito diferentes, desde a jogabilidade à arte, e mesmo no público-alvo.

Uma coisa é certa. The Rogue Prince of Persia tem tudo para se tornar mais um clássico em dois géneros: o do dos roguelites e o género próprio dos jogos Prince of Persia.

Só precisa é de tempo.

Esta antevisão foi possível com a colaboração da Ubisoft/Evil Empire, que nos enviaram um código de acesso antecipado.

Esta análise foi possível com o apoio da Ubisoft/Evil Empire!
The Rogue Prince of Persia
Nível de Interesse?
Grande
Saga/Série: Prince of Persia
Distribuição:
Estúdio:
Plataformas:
Lançamento: 27 de Maio de 2024
4
Escrito por:
Filipe Branco
Fã de cultura geek em geral, mas é nos livros, videojogos e cinema onde mais me perco. Adoro escrever sobre o que me apaixona e eventos de gaming é comigo. Podem encontrar-me online ou à deriva num dos extensos corredores da próxima Gamescom.