Estamos em dezembro e já fazemos contagem decrescente para o Natal. Já está tudo iluminado nas ruas e em casa. E enquanto olho para as luzes cintilantes da árvore de Natal perto do fogo dançante na lareira lembro-me da tradição que mais um ano será cumprida: jantares de família. Um dos clássicos mais emblemáticos do Natal e que mostra tudo o que deve ser importante nesta época Natalícia é “Um Cântico de Natal” de Charles Dickens.
A história desenrola-se em volta de Ebenezer Scrooge, um senhor muito avarento, sempre zangado, que ressente a felicidade e assim também todo o espírito natalício. Batem as doze badaladas e é Véspera de Natal e há 7 anos que morreu o sócio de Scrooge e, assim como todos os anos, Scrooge está com aquele ar de zangado e infeliz e controlador sobre o seu empregado Bob, porque vai lhe ter de pagar o dia mesmo que ele não trabalhe. Neste dia, dois homens dizem-lhe que estão a angariar dinheiro para os pobres, aos quais Scrooge responde muito mal e cruelmente. Depois de um dia completo de trabalho, ele volta a casa e momentaneamente a maçaneta da porta transforma-se no seu sócio morto, Marley. Mas rapidamente desaparece a maçaneta fantasmagórica, mas nós sabemos o que isto significa.
À noite tudo começa a desenrolar…. O bater dos sinos torna-se num som de correntes, correntes estas que mostram todos os espectros que estão acorrentados a este mundo sem puder escapar… é nesta fase que aparece Marley que interrogado por Scrooge lhe responde com o ultimato: ou ele muda a sua maneira sovina de ser ou também ele ficará acorrentado e que nessa noite será visitado por três fantasmas: o do Passado, o do Presente e o do Futuro. Cada fantasma tem como objetivo mudar a escuridão oca do espírito cruel e egoísta do Scrooge, mostrando-lhe o que será dele, das suas riquezas e, finalmente, sua vida, se ele continuar a tratar as pessoas horrivelmente.
Nem sempre Scrooge foi assim, outrora ele gostou do Natal e apesar de ser pobre era feliz. Mas quanto mais dinheiro ganhava mais avarento ficava e mais as pessoas ao seu redor eram afastadas. Neste momento ele percebe que não perdeu a sua humanidade apenas está bem enterrada nele.
No final, depois destes três encontros. ele pede por uma segunda oportunidade porque quer restabelecer a sua humanidade. A sua segunda oportunidade é-lhe dada e na manhã de Natal, ele torna-se no melhor que pode ser com a missão de usar a sua riqueza para aquecer os corações dos mais pobres com gestos de bondade.
Assim, não se esqueçam de que nós por vezes não sabemos os que outros estão a passar ou já passaram, por isso no fundo pode haver um resto de bondade e todos merecem segundas oportunidades e cabe às pessoas aceitá-las, porque todos somos capazes de mudar os nossos maus hábitos aquando é dada essa oportunidade. E é por isto que criei a minha tradição de todos os anos no Natal de ler esta história para me lembrar que a felicidade do Natal está nas pessoas com quem o partilhamos.
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