Cobra Kai, a série lançada pelo Youtube Premium, deu o seu segundo golpe sob a forma de 10 novos episódios que estrearam a 24 de Abril deste ano.
Antes de avançarmos, esta análise foca-se sobretudo sobre a segunda temporada da série, pelo que irá conter detalhes da primeira temporada que poderão estragar a experiência de quem ainda não a tiver visto.
Assim, e como talvez já saibam, a história segue as aventuras de Daniel LaRusso (Ralph Macchio) e Johnny Lawrence (William Zabka), também respectivamente conhecidos como o herói e do vilão de Karaté Kid (“Momento da Verdade”, em Portugal).
Depois de se tornarem mestres na primeira temporada, os ânimos não mudaram. Ambos alimentam uma inimizade mútua enquanto constroem e tentam elevar os seus dojos, criando um conflito que acaba por fazer pressão sobre amizades e mesmo laços familiares, à medida que os estudantes optam por um ou outro dojo.
Logo no início, Johnny recebe uma visita: o seu antigo sensei, John Kreese. No entanto, enquanto Kreese acredita na velha filosofia da Cobra Kai, depois de ver o seu pupilo usar jogo sujo para vencer o mesmo campeonato que ele próprio perdera décadas antes, Johnny começa a pensar que está na altura de reformar a escola e torná-la mais honrável.
A primeira temporada era bastante paralela ao material original com o contraste de, enquanto em “Momento da Verdade” a maioria de nós torcia pelo Daniel LaRusso, na série ficávamos verdadeiramente indecisos.
Por outro lado, a segunda temporada não nos dá algo em que nos ancorar e é mais difícil perceber para onde a acção se está a dirigir, o que leva a um climax mais surpreendente.

Diria portanto que a série ganhou uma dose saudável de imprevisibilidade, apesar de perder a sensação de inovação. O que não se perdeu foi a noção de que nada é verdadeira e unicamente bom ou mau e que há sempre outro lado da história. Os conceitos de “herói” e “vilão” que tinhamos no filme foram postos de lado no primeiro episódio e continuaram assim ao longo desta temporada. A lição é que todas as pessoas têm defeitos e virtudes e é ao encontrar o equilíbrio que nos podemos melhorar.
Gostei mais da primeira temporada. Talvez porque nos dava a conhecer novas personagens ao mesmo tempo que nos mergulhava em nostalgia. Ou talvez porque a nova dá mais destaque às aventuras amorosas das personagens mais jovens. No entanto, esta segunda fornada de episódios não é nada para pôr de lado, é uma excelente continuação e deixa-nos à espera de mais.
Falando em novas personagens, não podemos esquecer os talentos jovens que trazem nova vida ao karaté deste universo: Miguel Diaz (Xolo Maridueña), Samantha LaRusso (Mary Mouser), Robby Keene (Tanner Buchanan), Hawk (Jacob Bertrand) e muitos outros. A meu ver, o destaque vai para Maridueña e Bertrand, cujas prestações são das mais credíveis entre os jovens karatecas.
A nível de artes marciais e acrobacias, ninguém vai ficar impressionado, mas com a rivalidade à flor da pele, é uma questão de tempo até que a luta saia do tatami (ringue) e isso é algo maravilhoso de se ver.
Concluindo, vale a pena? Eu acho que sim, mas reforço que o que não podem mesmo perder é a primeira temporada.
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