Star Wars: A Ascensão de Skywalker acabou de estrear em cinemas por todo o mundo e trouxe-nos o final da saga da Guerra das Estrelas. No entanto, esta semana há outra aventura nessa galáxia muito muito distante que também chegou ao fim: The Mandalorian.
Produzido por Jon Favreau e disponível no novo serviço de streaming da Disney, The Mandalorian conta a história de um caçador de recompensas e as suas peripécias espaciais numa altura de grande tumulto, pouco tempo após a queda do Império e de Darth Vader e muito antes do nascimento de Rey e da Primeira Ordem. O Mandaloriano, ou simplesmente “Mando” para quem se acha amigo dele, pertence a um grupo de guerreiros tão famoso quanto pequeno e tem o simples desejo de viver a sua vida a fazer o que melhor faz: caçar recompensas e distribuir porrada. No entanto, um dia recebe um trabalho que o faz desafiar esse estilo de vida.

O facto é que a história em si é bastante simples, sem grandes reviravoltas e bastante directa ao assunto, pelo que é difícil falar sobre ela sem revelar pontos importantes. Aliás, arrisco-me até a dizer que a série é virada para um público geral, tentando agradar os fãs mais antigos com uma história simples que dificilmente entrará em conflito com o material existente ao mesmo tempo que tenta captivar a audiência juvenil ou mesmo infantil com uma história fácil de seguir e perceber.
Visualmente, The Mandalorian mistura efeitos especiais modernos com efeitos práticos ao estilo de O Regresso de Jedi. O resultado são efeitos que nos fazem lembrar da trilogia original ao mesmo tempo que nos dão paisagens e panoramas ricos e detalhados e sequências de acção estonteantes (para uma série). Assim, tudo acaba por ter um ar até certo ponto realista e raramente quebra a imersão.

A personagem principal, interpretada por Pedro Pascal, é… bem, é diferente. O tom monotónico, o capacete sempre presente e o estilo (quase) sempre composto fazem com que, emocionalmente, essa personagem seja mais distante. Sem expressões, a personagem acaba por se manter misteriosa e difícil de ler, apesar de pequenas alterações na postura por vezes revelarem os seus sentimentos. Além disso, pelas suas acções e interações conseguimos perceber que o Mandaloriano é um tipo porreiro e com o coração no sítio certo. Assim, o foco das emoções cai principalmente sobre o ambiente e sobre algumas personagens secundárias. Entre elas, temos as participações de Carl Weathers, Nick Nolte, Gina Carano e Taika Waititi, entre outros.
Resumindo, imaginem que um monte de gente talentosa se reunia em torno de um projecto do qual não se esperava grande coisa e, por isso, tinham liberdade criativa. É essa a sensação que tenho ao ver esta série. Um toque que gostei particularmente (e é pouco mais que uma nota) é o facto de todos os episódios mostrarem imagens da arte conceptual durante os créditos. É como ver o por-trás-das-cenas e podemos comparar as ideias iniciais ao produto final.
Concluindo, será que recomendo a série? Como sempre, depende. Gostam de Star Wars? Se sim, então a resposta é simples: vejam. Estão aborrecidos e querem algo fácil de mastigar? Sim. Não são fãs, nem sequer adoram o género e o que gostam mesmo é de coboiadas antigas? Dêem uma hipótese ao “Mando”, porque esta série é essencialmente isso, um western espacial. Nem é preciso conhecer Star Wars para compreender ou gostar da série. Divirtam-se e que a Força esteja convosco.