The Peripheral é uma série ambiciosa e futurista que explora as consequências da nossa relação com a tecnologia e as implicações éticas da inteligência artificial. Com uma trama envolvente que se desenrola em duas linhas temporais distintas, a série captura a atenção do espectador desde o início.
Resumidamente, numa cidade rural nos arredores dos Montes Apalaches nos EUA, a gamer Flynne Fisher trabalha arduamente para sustentar a sua família, incluindo o irmão fuzileiro naval, Burton, e a mãe Ella. Quando é presenteada com o que parece ser um novo jogo de simulação virtual, Flynne transporta-se para uma Londres futurista, 70 anos à frente do presente. No novo ambiente, testemunha um assassinato tão realista que parece ser mais do que apenas um jogo, e quando a sua casa é invadida por mercenários após presenciar o crime, não há dúvidas, algo de errado se passa. Flynne procura a ajuda do vigarista Wilf Netherton para entender a conexão entre o jogo e o ataque, e nesta investigação acaba por descobrir uma trama complexa de conspirações que colocam a vida da sua família em perigo.
O título da série se refere aos robôs controlados remotamente que servem como avatares numa época futura. Além dos periféricos, a série também apresenta outras inovações tecnológicas, incluindo os Koides, assistentes virtuais em formato androide, e as hápticas, implantes cibernéticos descritos por William Gibson no seu primeiro livro Neuromancer.
O livro The Peripheral publicado em 2014 é o décimo romance do mesmo, fazendo parte de uma trilogia conhecida como The Jackpot. Gibson é conhecido pela sua habilidade de escrever sobre a fusão de alta tecnologia com a realidade sombria de uma sociedade decadente, sendo um dos precursores do subgênero cyberpunk.
Na adaptação da série para a Amazon, o criador da série, Scott B. Smith, decidiu seguir o estilo de escrita de Gibson, incluindo palavras futuristas na narrativa sem uma explicação prévia do significado. Numa entrevista, Smith expressou a sua admiração pelo trabalho de Gibson, afirmando que tem “tanto respeito” pelo escritor e a sua habilidade de criar um futuro próximo tão “extraordinário”.
A equipe de produção também merece elogios pela sua criatividade ao criar um universo distópico convincente e perturbador. No entanto, nem tudo é perfeito. O argumento é inteligente e complexo, mas às vezes pode ser confuso. The Peripheral não deixa, ainda assim, de ser uma série envolvente e ambiciosa que apresenta questões relevantes sobre a tecnologia e seu impacto na sociedade e que nos apresenta personagens complexas e reviravoltas surpreendentes. É uma série obrigatória para fãs de ficção científica e para aqueles que procuram uma história diferente.
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