Lembro-me perfeitamente quando comprei este jogo. Andava a estudar por Coimbra quando explorava muito afincadamente a Worten e a Fnac sempre à procura de uma próxima pérola. Não tendo muito dinheiro como qualquer estudante, comprava essencialmente jogos de PC, aqueles que tinham boas críticas do meu grupo de amigos. Borderlands apareceu numa tarde na Worten Outlet, mesmo ao fim uma prateleira a muito bom preço e eu aprecei-me a comprar.
Passado uns meses, numa noite de fim-de-semana, após uns copos e uma suecada com os amigos em pleno Verão, pus-me a passá-lo todo! Três dias e três noites seguidinhas de vício no corpo, saí do sofá todo partido, mas se valeu a pena? Ai valeu.
O primeiro jogo de tiros na primeira pessoa que jogava havia anos, desde Counter Strike e Medal of Honor, manda-me para o deserto, onde toda a gente é louca, passadinha da corna dura, e eu obviamente que me ia dar bem! Vault Hunters nos chamaram, e eu a pensar nos Goonies e na caça ao tesouro. No início, explicam-nos o que se passa e porque é que estamos ali: na exploração do Universo corporações procuram riquezas inimagináveis, muitas delas tecnologia alienígena, e esta tecnologia trouxe o desenvolvimento e riqueza aos humanos, especialmente a quem dela procura, a Atlas Corporation até… que se deram com Pandora. (PS: Este trecho deve ser lido a imaginar a voz do Artur Albarrã e com as repetições alongadas na voz! ) Nome muito sugestivo para um planeta ingovernável. Tudo o que vem de lá é tragédia, suor, sangue e… não vale a pena o dinheiro, quem quiser que se arrisque. A Atlas Corporation foi-se, ficaram os bandidos, a vida selvagem mortífera e aqueles que procuram o totoloto. (A tragédia, o horror… Imaginem o Artur a dizer isto!)
Dentro de uma carrinha escolar que atropela cãezinhos saltitões e de armadura, somos convidados a escolher uma de quatro personagens: Mordecai, o sniper; Roland, o soldado; Brick, um enorme tanque (não no sentido literal da palavra); e Lilith, uma espécie de Splinter Cell, pois consegue ficar invisível. E assim já me adiantei, pois cada um tem habilidades especiais que consoante o jogador pode tornar a experiência mais fácil e furtuita. Eu fiquei com o Mordecai, pois gosto de sniping e pistolas! Pum Pum!!
Saímos do autocarro escolar e espera-nos uma das personagens que ficou famosíssima no mundo dos jogos, Clap-Trap! Um robot quadrado munido de um monóculo e uma mini antena no topo do seu escalpe! Totalmente alucinado irá ajudar-nos a alcançar o Vault!
Se é num deserto, o modo só poderia ser Survival, e muito temos que lutar! Avançamos na história, ajudando os doidinhos que gostam de acordar aos tiros e fumar uma boa cigarrada. Muito passa por matar animais e bandidos, e procurar em cofres, sanitas, montes de bosta ou baús tecnologicamente avançados dinheiro, munições e as melhores armas. Aqui também existe o pequeno comércio, onde podemos comprar o que necessitamos para melhor matar e sobreviver. Todos havemos de apoiar a economia local!
O jogo em si é bastante intuitivo e controlável. Um mapa tipo bússula para orientar os nossos objetivos, duas barras, uma de vida e uma de escudo para controlar-mos bem o dano que poderemos sofrer de todos os perigos existentes, e a mira e rapidez na troca de armas é bastante acessível. Todos os nossos actos permitem melhorar a nossa capacidade e o dano com um tipo de arma à medida que a usamos, como também deter habilidades especiais através de uma árvore de Skills. Uma boa componente de Role Playing para animar a maltinha!
Inimigos temos de tudo! Os bandidos são os mais naturais de se matar, alucinados de máscaras de hóquei no gelo modificadas, são chatos como tudo. Após isto temos Skag, cães disformes e mutantes de várias raças e tamanhos, as Spiderant que parecem umas aranhas alienígenas saídas do filme Starship; os Rakks, pombos da época do jurássico que não gostam muito de milho de chumbo, a os Scythid, lesmas que o Timon e Pumba poderiam apreciar, entre outros.
Ao fim e ao cabo o mundo de Pandora é pior que o da BBC vida selvagem mas igualmente bem narrada. Apesar de não ser com uma voz profunda e sexy, mas sim de um anjo digital que nos guia! Todo este jogo é uma tropelia, do qual todos se vão divertir. Eu adorei ver a marca das espingardas, pistolas, a atenção ao detalhe e ao design de todas as personagens, casinhas e inimigos, como a tela de cores, um estilo cartonesco, quase desenho animado que já tinha provas dadas. À beirinha da morte até nos dão uma segunda oportunidade, que ao matar um inimigo voltamos às nossas perninhas para voltar à pancadaria, e se sucumbirmos, regeneramos molecularmente numa U-Station perto de si, graças ao belo poder do cifrão!
Este foi dos poucos jogos que me fez um convite que aceitei, que foi voltar a passar o jogo mas num nível mais difícil, e parecia um boneco na mão daquela gente! Este tem de ser e têm de jogar!
Um abração a todos!
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