Nioh Collection chega à PlayStation 5 para fazer história e marcar a referência do que um remaster deve ser nesta nova geração. Fez história também porque me introduziu, com uma valente entrada a pés juntos, ao conceito de que um jogo pode ser frustrantemente difícil mas, ainda assim, ser capaz de me divertir imenso a jogá-lo. Hoje quero falar-vos de Nioh Collection, que inclui as versões remasterizadas e optimizadas para a PlayStation 5 de Nioh e Nioh 2.
Como uma espécie de Síndrome de Estocolmo, Nioh é um jogo brutalmente difícil que nós não conseguimos parar de jogar. Não devia fazer sentido eu morrer vezes e vezes sem conta no mesmo sítio, da mesma maneira, morto pela mesma pessoa e pensar “é desta que vou conseguir”. Por um lado, é frustrante levar dois hits e morrer bem longe do último checkpoint e ter que repetir tudo outra vez, por outro lado é um sentimento de profunda realização quando finalmente conseguimos matar aquele inimigo que nos andava a chatear há meia hora… apenas para morrer no inimigo seguinte e ter que voltar, outra vez, tudo para trás.
Jogar Nioh fez-me lembrar uma versão mais hardcore e complexa de Ghost of Tsushima, onde tínhamos as diferentes stances de ataque e defesa e diferentes combos para derrotar o inimigo. Só que em Nioh, conhecer as armas, os combos, as stances e as skills é infinitamente mais importante para ser vitorioso no jogo. O jogo torna-se, em si, material de estudo para os corajosos que se desafiam a completá-lo.
Infelizmente, o meu noob level é demasiado elevado e, para o pouco tempo em que me foram dados os jogos, não consegui jogar / o jogo não me deixou passar de nível o suficiente para poder partilhar uma experiência mais completa e alargada sobre os jogos (especialmente sobre as histórias dos dois jogos). Mas de tudo o que vi, considero que Nioh é um dos melhores jogos que andam por aí e que as pessoas provavelmente têm vindo a negligenciar.
Mas hoje não vos venho falar apenas da jogabilidade intensa nem das skills e personalizações que metem Nioh no topo da lista de melhores jogos RPG’s, para isso podem ler a nossa crítica a Nioh 2 aqui. Hoje quero realçar as melhorias técnicas que faz de Nioh Collection um remaster de se meter respeito.
A PlayStation 5 veio mudar o que significa jogar/experienciar um jogo, mas nunca me tinha ocorrido que teria de mudar também a nossa noção do que é remasterizar um jogo. Porquê? Uma palavra: Dualsense. O novo comando da PlayStation veio, sem dúvida, revolucionar a indústria dos videojogos e a partir do lançamento da PlayStation 5 todos os remasters terão de ter em conta esta nova funcionalidade.
Em Nioh Collection, são adicionadas funcionalidades que não existiam antes e que tornam os dois jogos muito mais imersivos e intensos. O haptic feedback do comando permite sentir a sensação de cortar um inimigo com a nossa espada, de ser atacado, de cair ou morrer debaixo de água, assim como outras acções podem ser sentidas por meio desse recurso que recria as nuances para cada ação. Os adaptive triggers permitem sentir a sensação de puxar o arco para trás, assim como outras armas de longo alcance.
Para além do Dualsense, esta nova versão dos jogos na PlayStation 5 conta com uma resolução de gráficos optimizada para 4K e 120fps (sim, leram bem, 120 frames por segundo) que tornam os jogos ainda mais imersivos e fantásticos.
Para quem não conhece, Nioh é capaz de ser dos jogos mais difíceis que eu alguma vez joguei. Mas, por outro lado, na sua extrema dificuldade, existe algo de viciante em morrer vezes e vezes sem conta. Como o meu caro amigo MetalCreep resumiu “Sofrer não devia ser tão divertido” … Mas é!
Nioh já era um jogo interessante de ser jogado na PlayStation 4, mas com todas estas otimizações para a PlayStation 5 que referi, mais os tempos de carregamento super-rápidos e ainda suporte para áudio 3D, Nioh Collection é um must buy para os fãs e para os que ainda não conhecem.
Que venham mais remasters assim!