Logo a começar a escrita sobre este título, vêm me memórias incríveis, especialmente como tive contacto com Dark Souls. Repito-me a mim próprio, a fama deste jogo veio por ser especialmente difícil na altura. Lembro-me dos vídeos que me mostravam no Youtube do Dark Souls quando já tinha saído o dois. Mais ainda, pessoas a falar do Demon Souls e do Dark Souls que começaram logo no dois. Também sou sincero, no tempo em que escrevo este texto nunca o experimentei, mas está nos meus planos.
Lembram-se do primeiro título? Este é e não uma sequela. A dialética, a consistência da Soul (alma), a própria passagem do tempo, a própria chama em si, dão um requinte a este jogo que tem tanto de belo como de fatal. Voltamos a encarnar a pele de um Undead (morto-vivo), só que desta vez procuramos curar-nos da maldição que é a dark sign, e sermos humanos em toda a plenitude. Para isso procuramos a nossa sorte no longínquo e perdido reino de Dragonleic. A procura pela salvação começa na viagem para uma singela casa onde existem umas senhoras feias e velhas, quase como o estereótipo de videntes com as gretas na cara e nariz de bruxa. Todas elas, de olhos cinzentos dão o mote de partida, onde a procura pela salvação poder-nos-á levar a loucura, um Hollow, o oposto de um humano.
Como no primeiro, aqui é que escolhemos qual a nossa arte, como mago e cavaleiro, ou até sem nada (deprieved), por exemplo. A evolução e desenvolvimento de armas, armaduras e características da nossa personagem desenvolve-se exatamente como no primeiro: recolhemos souls na medida que vencemos inimigos no jogo, aplicamo-las para melhorar a personagem ou o nosso material. Ao sermos derrotados perdemos as mesmas, apesar de termos a oportunidade de as recolhermos no sítio onde perdemos. Se no entanto, perdermos antes de as resgatar, xau Laura! Como a malta que faz estes jogos deve gostar de bater em mortos, decidiram aumentar a dificuldade do jogo. Sempre que morrermos, a nossa barra de vida diminui permanentemente uma percentagem, e assim sucessivamente até esta ficar a metade do total. E eu a pensar que de joelhos já doía, a jogar apercebi-me que com a evolução do meu estado de Hollow, a minha resistência diminuía, e a efetividade dos golpes da minha personagem. Ou seja, quanto mais levava, mais eu cantava “Nossa Senhora, me dê a mão, cuida do meu coração…” Que horror!
Mediante a memória de o que é ser humano, uma Human Effigy conseguiria resolver o problema, e recuperávamos a nossa vida. De novo e mais uma vez, por tentativa e erro, consegui ir passando os mapas, descobrindo armas e segredos para evoluir. De novo, esta malta gosta de esconder coisas atrás de paredes secretas, inimigos atrás de paredes ou prontos a fazer-nos emboscadas. Falando em inimigos, poucos achei novos ou interessantes, exceto uns guerreiros gigantes com cara de elefante… os gajos faziam me lembrar o lado negro da força do Dumbo… Também fartei-me de levar no maço de um gajo chamado “The Porsuer”. Muito bem desenhado, este gajo é o inferno. Tive mais dificuldades com ele do que com qualquer boss em todo o jogo, e este é só mini. Na segunda vez que eu o apanhei, perdi umas 50 vezes. Eu já me espumava por todo o lado, as veias saíam-me nos olhos e teclava no comando como se tivesse artroses nos dedos. Temível mas depois de o vencer foi tão bom como ir à casa de banho à rasca. Tática para o jogo foi exatamente igual à do primeiro: Halberd é um must; em vez de Havels Armos usei o set do dragonleic knight, com jesters gloves. Privilegiei o movimento em detrimento à resistência dos golpes. Para quem julgava que o Sif dava pena derrotar no primeiro título, pela história de cada um e a sua envolvência existem dois bosses opcionais que são de cortar o coração. Um derrotei, ainda acho que foi o melhor a fazer mas depois de saber a história por detrás… preferia experimentar um clister… se calhar doía menos. O outro foi uma surpresa ver, não estava à espera, mas também pela sua majestade nem lhe toquei, preferi juntar-me à sua guild.
De novo apostaram em cores mortas e nos jogos de luz em todos os cenários. Desde masmorras, palácios, floresta e até em neve, o cuidado com que se coloca a luz a incidir em determinado local, revela todo um cuidado em dar uma grande imersão ao jogador. Em alguns momentos achei sítios onde se denotavam os pixéis, fazendo-me lembrar os velhos tempos do Arx Fatalis. Apesar de ter dito que fiquei de cócoras a jogar isto, o jogo no seu todo pareceu-me muito mais fácil. É verdade que saí logo do seu antecessor para este, mas até os chefes, fora o Chuck Norris que já referi, foram fáceis para mim! Morri várias vezes, fiquei do muitas vezes, mas comparado com o primeiro, é mais fácil! Por fim, para não me estender mais, para quem tenha tempo diário para se dedicar a um desafio, este é o jogo ideal. A história é muito profunda e a sensação de concretização é uma brutalidade! Um abraço a todos.
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