Eu tenho um carinho muito especial por este jogo, pelos momentos únicos do tempo em que foi jogado e por ter sido o primeiro que passei do fio ao pavio em muito tempo. No final de Dezembro de 2013 aqui o Mandito era um jovem Mestre saído da capital, com muitos sonhos e à procura do seu primeiro emprego. Após ter passado os dias e as noites a queimar pestanas, muitas vezes de tão queimadas estarem já trocava as noites pelos dias, vinha a liberdade! Uma PlayStation 3, o cheiro do pó no comando, o doce ecrã HD, mas o que jogar? Este título foi-me aconselhado por alguém que não me lembro quem, mas pelo estilo aventura com aquela desafiante evolução típica dos RPG.
Lembro-me perfeitamente de encarnar War, um dos cavaleiros do Apocalipse quando Portugal entra em luto pela perda de um ídolo, Eusébio. Não era do meu clube do coração, até fora desviado dele, mas como muitos cresci a ouvir falar do que ele fazia em campo pois o símbolo da minha geração foi um grande senhor, Luís Figo. Para os mais novos compreenderem o que foi, só posso dizer o seguinte: os segundos eram relatados como se fossem minutos, e os minutos relatados como se fossem horas. Crianças choravam de choque e pessoas em histeria, onde toda a celebração fúnebre foi acompanhada desde o momento do seu desaparecimento até ser sepultado, e depois o mesmo foi destrinçado e dissecado até à exaustão nos dias seguintes.
Este jogo permitiu-me abstrair de tudo aquilo que estava a acontecer, e foi o início de um novo ímpeto de jogatina e de coleccionismo, que há muito tinha sido perdido para o trabalho e promessa de um futuro.
Darksiders tem um estilo saído de um cartoon, com personagens de feições exageradas, e utiliza uma história com grande simbiose de intriga e suspeição! Numa guerra intemporal entre anjos e demónios existe um Conselho eterno acima de tudo e de todos, onde as suas leis invioláveis são impostas por quatro terríveis cavaleiros com a principal função de manterem o equilíbrio do Universo até ao dia de serem chamados. Numa trégua imposta entre estes dois reinos, surgiu um novo, o reino do Homem, que ainda tinha de se capacitar para entrar na guerra eterna com os dois últimos. Para selar esta trégua, sete selos foram criados onde os quais só poderão ser quebrados com quando o reino do Homem estiver capacitado para o Fim.
O Fim chegou mais cedo do que o previsto. Uma chuva de bolas de fogo invadiu o reino do Homem. Anjos e demónios começaram a sua luta eterna e só um cavaleiro do Apocalipse apareceu para festa, o da Guerra! War com a sua espada ChaosEater desbrava entre anjos e demónios! A sua intervenção foi no entanto desastrosa, levando à vantagem dos diabretes em detrimento dos outros dois reinos. A trama começa quando War tem de provar a sua inocência e neutralidade, a quebra do último selo, e fortalecer-se para voltar ao seu outrora.
A acção desenrola-se na terceira pessoa, com muita violência, o jogo é extremamente gráfico! Cortar demónios ao meio, arrancar cabeças a zombies, depenar as asas de anjos e cortar peitos para chegar aos corações de demónios disformes é a nossa função! Um anti-stress autêntico, que nos faz duvidar daqueles que têm a forma do globo Terrestre!
Em termos de luta, matar é ganhar! Com as nossas vitórias colectamos almas que potenciam a nossa vida, ou o nosso poder de Caos (uma barra especial que nos faz transformar num ser invencível e trazer a destruição a tudo e a todos!) ou almas especiais para oferecermos a um demónio chamado Vulgrim, que se lambuza com elas, e como troca dá-nos novas capacidades de luta e items para a nossa demanda.
Todo o espaço envolvente é pós-apocalíptico. As cidades do Homem são disformes pelas guerras e invasões, pela apropriação demoníaca e constante Guerra. Alguns cenários por onde intervimos são totalmente dedicados a uma facção, realçando todas as características para dar esse aspecto de cartoon que faz deste título também algo de especial.
Na medida que vamos passando os desafios vamos ganhando habilidades e armas secundárias, como por exemplo a foice da Morte.
O que me desagradou e muito neste jogo foi a existência de um nível em específico! No meio de tanto divertimento, estar num cenário durante mais de uma hora a completar algo que não era mais que um Puzzle foi muito secante, mesmo muito mau! A história e todo o resto do jogo mereceram o sacrifício, garanto!
Adorei divertir-me neste título, onde toda a equipa que o pensou aproveitou tudo, e exagerou com muito humor em clichés como nas personagens angelicais e demoníacas. O culminar de tudo é uma trama cheia de conspiração e seriedade, com personagens carismáticas que fazem para muitos War ser um símbolo da cultura Geek, como ver a ChaosEater em todas as convenções de família que são realizadas!
Um abraço a todos!
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