Dead Space está de regresso, mas não em forma de sequela. O primeiro jogo voltou preparado para as consolas de nova geração. Preparado não, totalmente refeito para estas. Dead Space recebeu um tratamento que muitos jogos mereciam, sendo totalmente reconstruído para assentar na geração atual de consolas, permitindo não só os framerates e resoluções dos dias de hoje, como igualmente uma jogabilidade mais moderna e equiparada aos videojogos produzidos atualmente.
Dead Space teve duas sequelas, mas os fãs têm um carinho especial pelo primeiro jogo e esta nova versão pode ser uma porta de entrada para um recomeço digno, e quem sabe uma sequela em novos termos. O futuro é ainda incerto, mas há muitas possibilidades em cima da mesa, restando aos fãs esperarem por uma resposta boa por parte da EA.
Este é um jogo totalmente desenvolvido na base do primeiro e que respeita em tudo aquilo que a equipa original queria apresentar. É um regresso digno da série e que dá esperança para muitos dos fãs. Dead Space apareceu numa geração onde o aspeto já começava a ser muito interessante, mas onde claramente faltavam alguns detalhes que tornassem tudo mais realista e este remake vem colmatar tudo isso.
Nem sempre sou o maior apoiante dos remakes, mas a verdade é que casos como estes merecem todo o respeito e o trabalho aqui feito foi realmente realizado com conhecimento da base existente. A Motive Studios fez um trabalho exemplar e podem estar orgulhosos em manter esta saga viva com um jogo que faz renascer novas linhas narrativas para esta tensa aventura.
Se há algo que espero que saia deste jogo é exatamente a criação novas linhas narrativas. A verdade é que o primeiro capítulo foi o mais adorado na altura do seu lançamento original, com o segundo jogo a ser muito mais divisivo e o terceiro a colocar tudo a baixo. Por esse motivo, a colocação deste remake no mercado, da forma como foi feito, consegue oferecer uma nova oportunidade para um recomeço fresco e divergente dos jogos originais. Dead Space tem aqui portas abertas para mais sequelas totalmente fora de relação com o segundo e terceiro jogos originais.
Dead Space está de regresso e apresenta argumentos para ficar cá por mais alguns anos. Tudo vai depender da EA, mas há algum tempo que a empresa tem feito algum trabalho de limpeza do seu nome, pelo menos com alguns dos seus estúdios e IP’s. Não diria, há 4 anos, que estaria aqui extremamente motivado por mais um grande lançamento da empresa, mas parece que essa é a realidade. Colocar a Motive Studios atrás deste projeto, equipa que esteve responsável pelos jogos Star Wars Battlefront II e Star Wars Squadrons, foi uma aposta vencedora, mas principalmente dá aos fãs uma visão que o talento está nestes estúdios, desde que encaminhados para os projetos certos.
A jogabilidade está moderna e a par com os lançamentos da atualidade. Os sistemas e mecânicas que se mantiveram continuam a funcionar tão bem hoje como na altura do lançamento original. Está incrivelmente fluido e com as alterações necessárias para criar algo novo, mesmo que muito baseado na estrutura da altura. É um jogo divertido de explorar e principalmente de atacar os inimigos, desmembrando cada um deles, peça por peça. Esta forma de combate, que na altura acabou por ser uma imagem de marca deste jogo, continua a ser uma característica muito relevante no jogo.
Dead Space é um jogo muito capaz e bem construído. Surpreende positivamente e mais uma vez ajuda ao bom nome da EA. Parece estranho colocar estas palavras todas na mesma frase: EA, bom, positivo. No entanto são mesmo essas as palavras que queria utilizar. Não só nos apresenta os ambientes que qualquer fã da saga já espera, como nos oferece uma nova forma de explorar esta arrepiante narrativa. Mantém a ideia claustrofóbica do original e agora ainda mais realista. É um título com alma em todos os aspetos.
A minha experiência foi na Xbox Series X e não tive nenhum problema de desempenho, com a consola a portar-se lindamente no decorrer de todo o jogo. Por outro lado, este também não é um jogo onde o grafismo seja especialmente exigente. Apesar das novas capacidades de luz, sombras e detalhes gráficos, continua a ser um jogo semelhante ao original e bem fechado aos espaços onde o protagonista se encontra. Isso ajuda a um desempenho mais fluida, mesmo com todas as melhorias que precisam de ser processadas.
Termino por referir que Dead Space se destacou neste arranque de 2023. Foi mais uma grande aposta por parte da EA e mais um título que se coloca num catálogo muito distinto que a empresa lançou nos últimos anos. Se nunca tiveram oportunidade de explorar este videojogo, esta é uma oportunidade perfeita para se atirarem para o infinito espaço. Espero que tenham uma experiência tão agradavelmente assustadora como eu tive.
Esta análise foi possível com o apoio da EA!
Redes Sociais