Death’s Door é o ultimo jogo criado por Acid Nerve, uma equipa de apenas duas pessoas, localizada no Reino Unido. Tal como o seu anterior jogo, Titan Souls, Death’s Door segue a jogabilidade e mecanismos básicos que trouxeram tanto sucesso à franquia SoulsBorne, mas com alterações suficientes para tornarem o jogo mais acessível e visualmente agradável, mas vamos por partes.
Em Death’s Door, jogas na pele de BeakFace, um adorável corvo que trabalha no departamento dos Reapers, uma versão burocrática do Limbo. Este departamento envia os seus Reapers (todos eles corvos como BeakFace) para o mundo, para recolher almas que estão à beira da morte ou que já deviam ter sido recolhidas anteriormente, mas por uma razão ou outra continuam no mundo dos vivos.
Para esse trabalho, BeakFace terá várias armas ao seu dispor, começando com uma espada, mas com a opção comprar e encontrar outras armas ao longo do jogo. Cada arma terá as suas características específicas como dano, velocidade de ataque, combos, entre outras. Mas todas seguem um padrão muito simples, um botão para ataque simples e um botão para ataque forte.
E logo aqui se começa a ver os processos simples que facilitam o jogo até de jogadores menos experimentados. Todos os mecanismo de jogo funcionam apenas com o carregar de um botão, mas consegues fazer altos níveis de danos e combos extraordinários se usados corretamente.
Também o uso da magia é feito através apenas de um botão, começando o jogo com uma arco e flechas, mas ganhando novos poderes ao longo do jogo.
Com as tuas armas já treinadas, és enviado para o mundo físico pelo teu chefe de departamento para recolher uma alma, cujo tempo está a chegar ao fim. Esta viagem é feita através de portas que ligam o Limbo e o mundo real. Vais encontrar novas entradas à medida que desbloqueias novas áreas. Estas portas servem também como save points e pontos de respawn, ao mesmo estilo que as bonfires de Dark Souls.
No mundo físico, ao contrário do Limbo, BeakFace pode sofrer dano e morrer e é aqui que a verdadeira diversão começa. Todos os seres vivos deste mundo reconhecem que um corvo é o símbolo da morte, e com medo que vieste para recolher as suas almas, irão atacar-te à primeira vista.
Os inimigos parecem simples ao início. Apenas pequenas criaturas que são uma pedra no teu caminho. Mas ao clássico estilo Dark Souls, este inimigos são postos em locais específicos e com números suficientes para todas as pequenas batalhas se tornem um complexo jogo tático. As batalhas podem parecer bastante simples, sendo a sua ideia base a de desviar dos ataques inimigos e atacar as suas costas. Mas quando jogares Death’s Door vais ver que é muito mais complexo que isso, não deixes a simplicidade dos ataques te enganar!
Vais encontrar vários aliados e amigos que te irão ajudar a ultrapassar vários obstáculos e dar mais lore sobre este local e os seus habitantes. Alguns destes aliados vão ser encontrados facilmente à medida que progrides na história. Para encontrares outros, terás de procurar nos locais escondidos do mapa. Muitos deles só estão acessíveis em fases mais tardias no jogo, depois de teres desbloqueado poderes que te permitem aceder a certas áreas.
E tal como esses personagens também muitos segredos, informações de lore, puzles, armas, colecionáveis (para quem quer completar o jogo a 100%) e almas vais poder encontrar perdidas pelo mundo. Tem especialmente atenção a estas almas (representadas por bolas brancas) pois são estas a tua principal moeda de troca para evoluíres Beakface e as suas habilidades.
Como um Reaper não só vais poder encontrar almas espalhadas pelo mapa mas colecioná-las por cada inimigo que matas. Os inimigos mais simples apenas te dão uma alma. Alguns deles dão-te 3 ou 4 e os bosses dão entre 100 a 400 normalmente (até podem dar mais).
As habilidades, como tudo em Death’s Door, parecem algo simples, apenas com 5 níveis para cada uma das 4 habilidades. Força, que aumenta o dano que provocas. Velocidade, aumentando a velocidade com que te consegues desviar dos ataques. Resistência, que aumenta o número de ataques que consegues fazer sem parar. E por último, magia, aumentando o dano feito por ataques mágicos. Mas não te deixes enganar, cada nível vai ser um desafio para a sobrevivência de Beakface, especialmente quando defrontares os bosses.
O jogo tem vários bosses principais, que estão diretamente relacionados com a história e vários mini-bosses opcionais que terás de defrontar se quiseres explorar o mapa na sua totalidade. Estes inimigos têm um número limitado de ataques e defesas, mas conseguem combiná-los de formas muito perigosas e destrutivas. Por isso, não comeces nenhuma luta com um boss a pensar que irá ser simples. Há vários padrões que terás de aprender.
Aliás, o teu primeiro trabalho (que referi anteriormente) será de derrotar o primeiro boss do jogo, o demónio das plantas, e trazer a sua alma para o departamento. Mas, mal consegues derrotar este inimigo. és surpreendido por um corvo gigante que te põe inconsciente com a sua arma e te rouba a alma que acabaste de derrotar.
Quando o voltas a encontrar e tentas recuperar o teu prémio, ele explica-te que teve de te roubar porque necessita de abrir uma porta (que necessita de almas poderosas para ser aberta) para ele próprio conseguir capturar uma alma que lhe escapou quando era mais novo. Ao fazer isto, ele traz-te para uma complexa e misteriosa história onde terás de capturar 3 almas poderosas que governam este mundo para finalmente conseguires recuperar a que perdeste. Enquanto não recuperares a alma que não entregaste, não conseguirás voltar permanentemente ao limbo e vais ter de continuar a viver como um mortal.
E é assim que começa a história principal de Death’s Door, na qual vais descobrir o que na verdade está atrás daquela porta mágica, como é que algumas almas conseguem sobreviver durante tanto tempo sem serem capturadas e até descobrir que o mistério das almas para quem trabalhas talvez não seja o que sempre pensaste.
Durante todo este processo vais-te aperceber que Death’s Door é muito mais do que imaginavas e vais te apaixonar pelo jogo, pelos seus personagens e pela sua mensagem profunda e emotiva sobre a vida, o peso da mesma, e o que na verdade significa viver.
Um jogo que recomendo vivamente seja a fãs do estilo SoulsBorn ou a novos jogadores que não estão habituados ao estilo!
Esta análise foi possível com o apoio da Devolver Digital/Acid Nerve!
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