Dragon Age: Origins chegou às minhas mãos num momento fulcral da minha vida. Estava nessa altura a passar da parte letiva do Mestrado para a tese, e necessitava urgentemente de um jogo que me permitisse uma imersão tal que me afastasse das preocupações reais e mundanas, para as virtuais e insignificantes. Foi no café “As Piscinas”, na nossa terra que eu e outros elementos dos vintes nos reunimos que encomendei este jogo, e o recebi, graças ao Tony. Ele é um fã incondicional do Mass Efect, o Vítor Hugo já o tinham jogado e disseram tanto bem dele que quis experimentar. Fiquei um fã desde a primeira hora.
Este é um Role Playing Game puro, pesado, com muita história e diálogo, onde o Lore, (a súmula da história de certos jogos deste género), é intrincado e complexo. Apesar destas suas características, é altamente imersivo, fascinante, e consegue misturar características como a tática, a evolução, o dungeon crawler que o torna único.
A história do jogo passa no reino de Ferelden, um dos reinos de Thedas, o continente onde se situa toda a ação dos jogos. Ferelden nesta altura específica é um reino a ferro e fogo, há espera de enfrentar o quinto Blight da sua história, contra a massa feroz que são os DarksPawn, também no tempo em que os Grey Warden estão enfraquecidos. Um Blight é um evento em que os DarkSpawn saem das entranhas da terra e invadem o mundo superior, lideradas um um Archdemon, um dragão corrompido por estes seres. Os DarkSpawn são uma espécie orcs, humanóides de feições disformes, cujo sangue corrompe outros seres, que visam a destruição. A sua origem é desconhecida, pois difere no Lore. Os Grey Warden são guerreiros de todas as raças que existem em Thedas, especialistas em localizar estes monstros e aniquilá-los.
Em Ferelden existem humanos, elfos, anões, e estes estão divididos entre as classes que podemos escolher no jogo mago, cavaleiro, rogue. A raça que escolhermos irá influenciar os bónus como também a classe, por exemplo e por defeito, um anão não tem quaisquer capacidades mágicas, logo só pode ser guerreiro ou rogue. Qualquer classe tem habilidades e duas especializações que são escolhidas e desenvolvidas na medida que se ganha experiência durante o jogo. Os atributos divididos em strength, dexterity, magic, willpower, cunning, and constitution são os que influenciam os pontos base da personagem, como a vida e a estamina.
Na medida em que lutamos e enfrentamos os nossos inimigos, ganhamos experiência para aplicar numa árvore de skills, que modifica mediante a nossa classe de guerreiro. As escolhas das skills dependem do jogador e irão transformar-se naquilo a que chamamos um build de Avatar, (um conjunto de skills que caracterizam a especialização de uma personagem). Ou seja, isto é um RPG puro e duro!
Inimigos são como as armas, existem de tudo. Começando nos mauzões porque é mais fácil, existe o darkspawn, guerreiros, rogues, mágicos, cães de caça altamente musculados, aranhas gigantes, dragões, esqueletos, demónios e espíritos, vocês escolham. Como armas temos machados e espadas de uma mão ou duas, bastões e macetes, arcos e adagas e bastões mágicos! Mediante a classe temos uma variedade de escolha de armadura de tronco, armadura de pernas, botas, luvas, anéis, medalhões, escudos, capacetes e toucas, cada um com diferentes atributos para melhorar a personagem e aprofundar o estilo de jogo da pessoa que está do lado de cá.
Música e ambiente, para a altura que é e a ambição dos programadores está muito boa. Em cada mapa, cada ambiente é caracterizado com fundos e itens que identificam bem cada raça e missão, nos feitiços e luta mantenho esta minha opinião.
Jogabilidade não é nada ortodoxa. Temos uma equipa que escolhemos que evolui connosco, e a súmula dos quatro magníficos permitirá facilitar muitas das difíceis lutas que teremos de enfrentar. Em ação, o jogo permite-nos pausar para melhorar a estratégia e escolher a melhor skill a ativar para derrotar o inimigo. Este estilo de jogo e estratégia levou a que alguns jogadores odiassem o jogo, não o passassem, levando a uma reformulação superficial no Dragon Age II.
Em termos de história, cada personagem tem uma opinião diferente relativa a certos temas e ações com NPC durante a nossa missão. Podemos aumentar a amizade com alguns personagens ou diminuir essa relação mediante o que escolhemos no jogo. Essas mesmas opções terão um impacto significativo como o jogo irá acabar. Também teremos a oportunidade de ter um romance com alguns personagens.
Na altura que vos escrevo este texto, estou a passar o Dragon Age II, quase dez anos depois de ter passado o Origins… (Possa!!!!!). Numa amena cavaqueira com o meu amigo Tiago e Vítor, viciadões nesta saga, fiquei a saber que sem passar os DLCs não conseguirei perceber nada do fio condutor da história até ao Inquisition. A sorte é que esta versão que eu passei para o PC é o Ultimate, e por isso obrigado Witch Hunt por me permitires o início do Dragon Age! E esta é a maior crítica que deixo a esta saga. Só com DLC poderemos ter o usufruto e gozo total daquilo que é uma história imersiva, viciante e fascinante, e custa-me muito ter de passar uma obra-prima às partes.
Experimentem o Dragon Age: Origins e deixem a vossa opinião, dado para algumas pessoas este jogo e o seu estilo não caiu muito bem, apesar de ter adorado!!
Um abraço a todos!
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