Apesar na saturação no mercado de media relacionada com zombies, fiquei muito feliz quando a Techland anunciou a sequela de Dying Light e não teve problemas em o atrasar para garantir o melhor jogo possível. Joguei toda a história de Dying Light e do seu DLC, The Following e estava curioso para ver como o estúdio continuava a história.
E agora, depois de várias horas a explorar Villedor, a região de Dying Light 2 tenho a dizer que o jogo superou as minhas expectativas relativamente a muitas mecânicas. Por outro lado, continua com alguns dos erros do primeiro jogo e que o vão continuar a impedir de estar ao mesmo nível que jogos como Horizen Forbiden West ou God of War: Ragnarok. Mas vamos por partes.
A história de Dying Light 2 começa depois da primeira infeção zombie ter sido tratada com uma vacina, graças aos esforços das melhores mentes científicas do mundo, . Tudo parecia estar controlado, mas há sempre alguém disposto a arruinar a vida dos outros para proveito próprio. Vários cientistas e governos mundiais continuaram a estudar o vírus para criar armas biológicas. Eventualmente, uma mutação muito forte do vírus escapou de um laboratório e, mais rapidamente do que se podia combater, o vírus espalhou-se e destruiu a sociedade.
E é 15 anos depois do início desta pandemia, que no jogo os personagens se referem como “The Fall”, que começas a jogar com Aiden, um Pilgrim que são um grupos de humanos que tem como objetivo viajar entre safe zones a transmitir mensagens e a fazer missões em troca de dinheiro a quem estiver disposto a pagar.
Desde muito cedo que podemos observar o que para mim é um dos maiores problemas do jogo. Aiden é um personagem principal genérico, com pouca personalidade. Apesar de querer encontrar a irmã, apresentar habilidade de parkour e de ser muito simpático e prestável para toda a gente à sua volta, não é um personagem de todo interessante, e nem mesmo a customização do seu visual melhoram este aspeto.
Para além disso, não ajuda que voltamos a ter a mesma premissa do personagem principal, que está infetado pelo vírus e que tem de o controlar, tal como aconteceu no primeiro jogo. É uma premissa interessante mas que já foi feita antes.
Os novos mecanismos introduzidos no jogo que tornam esta história diferente do primeiro jogo, onde na verdade sentes que a tua jogabiliadde está a ser afetada pela tua infeção e se não tiveres cuidado vais transformar-te num zombie. No entanto, em termos de criação de personagem, parece-me um pouco preguiçoso repetir praticamente o mesmo plot.
Enquanto procura a sua irmã, Aiden recebe informação de que esta se encontra viva e dentro da cidade de Nova Villedor e rapidamente se dirige à mesma, abrindo-nos a tudo o que o jogo tem de excelente e que torna este jogo especial.
Imediatamente ao chegares à cidade, esta é completamente diferente de Harran, a cidade do primeiro jogo. Não só os habitantes se adaptaram a viver com os zombies e têm uma sociedade completamente construída, mas também a cidade é muito maior que a do primeiro jogo.
A cidade e o mundo aberto que podes explorar é o ponto mais forte de Dying Light 2. Muitos jogos deste estilo têm mundos gigantes e completamente abertos, mas que estão maioritariamente vazios com pouco a acontecer à tua volta e com pouco para explorar, mas não em Dying Light 2!
Em Villedor, seja na parte velha ou na parte nova da cidade, à qual tens acesso mais tarde no jogo ao avançares a história, há sempre algo a acontecer à tua volta. Vais sempre ter pessoas a fazer o melhor para sobreviver à tua volta ou alguém a ser atacados por zombies ou por bandidos. Tens zombies, que como no jogo anterior mudam de comportamento e ficam mais agressivos durante a noite. Vais sempre ter sons de fundo que fazem o mundo parecer real e aumentar a tua imersão.
Sendo um jogo que valoriza imenso a exploração, não só tens muitos locais para descobrir, com itens e colecionáveis diferentes, mas também os medicamentos que necessitas para evoluir a tua stamina e vida estão espalhados pelo mapa. Não vão ser encontrados a não ser que explores os vários cantos do mesmo- Se exploração não é o teu estilo não te preocupes, Techland pensou nisso e dá a Aiden uma pulseira que apita cada vez que passas perto de um destes medicamentos e se diz a que distância estás.
Para além dos colecionáveis, itens e matérias de crafting que podes encontrar, vais também ter muitos side quests, pontos de observação para desbloquear e missões surpresa que o jogo cria aleatoriamente.
Os pontos de observação são já os clássicos outposts. Neste caso, na forma de moinhos ou torres de água, que tens de trepar e arranjar para abrir. As missões surpresa tornam-se repetitivas e aborrecidas rapidamente, tendo apenas algumas variações das mesmas 3 ou 4 missões mas é com as side quests que Dying Light consegue dar outra dimensão ao seu mundo.
Cada side quest é focada em personagens com histórias e personalidades interessantes e marcantes que estão completamente desligadas da história principal. Oferece novos personagens por quem nos apaixonar-mos (ou que por vezes só queremos matar), mas também uma ideia de que este mundo existe muito para além da história principal. Tens muito a acontecer à tua volta para além da procura obsessiva pela tua irmã.
Todos estes personagens estão divididos em 3 fações. Temos os PeaceKeepers, uma fação focada numa ordem militar que se foca em defesa contra zombies e derrotar bandidos. Os Survivors que se focam em produzir recursos que ajudam todos a sobreviver como comida, água e tecnologias). E a última fação, os Renegades, uma fação constituída por criminosos que sobrevieram à pandemia por estarem numa prisão. É na interação com estas fações que na verdade sentes a forma como afetas o mundo à tua volta.
Todas estas fações estão ao mesmo tempo a competir por supermacia e a tentar conviver no mesmo espaço e toda e qualquer decisão que faças vai afetar qual das fações ganha mais vantagem perante as outras. Não só as escolhas que fazes na história principal vão afetar que personagens vivem e morrem e quem consegue ter os melhores lídere.s mas qualquer pequena decisão, interação e conversa vão ter consequências visíveis no mundo.
A mais visível de todas é claramente os recursos que terás disponíveis à tua volta e como a sociedade se organiza. Se ajudares muito os PeaceKeepers, o mundo começa a ter mais armadilhas e defesas contra os zombies, Se escolheres os Survivors, vais ter espalhados pelo mapa mais trampolins e quintas, como os recursos que servem como base para te curares no jogo.
Com um mundo tão vivo e afetado pelas tuas decisões, não podiam claramente faltar os NPC, companheiros e vilões marcantes para a história. Até para compensar a falta de carisma do personagem principal.
Todos os personagens em Dying Light 2 têm uma história. Os personagens companheiros e importantes para a história são completamente marcantes e fáceis de gostar, o que ajuda a dar peso emocional a muitas decisões que tens de tomar, mas qualquer pequeno NPC que encontras no mundo e te aproximas terá um pequeno diálogo que lhes dá personalidade, uma backstory e uma relação com Aiden que muda consoante a fação com que tiveres melhor relação.
O vilão principal Waltz, que está muito relacionado tanto com os problemas sociais em Villedor e com a backstory de Aiden é alguém muito marcante e assustador. Mas não quero explorar muito mais sobre o mesmo, para não vos estragar a história. Fiquem apenas a saber que esta personagem é tão carismático como assustador, apesar de os seus motivos por vezes serem muito básicos e gerais.
Para além do Big Bad Boss, é claro, temos os seus minions. Por todo o lado no mapa, vais ter bandidos que vão estar a tentar roubar ou magoar os cidadãos de Villedor, ou que simplesmente estão a tentar passar o dia, mas que mesmo assim te vão atacar quando te virem. Vais poder derrotar estes inimigos em troca de reputação com as fações, itens e experiência.
O sistema de combate em Dying Light 2 taticamente bastante interessante mas mecanicamente fica em falta. Em termos táticos, é muito interessantes teres de te adaptar à posição dos teus inimigos, aos seus números e aos seus diferentes ataques, dando uma importância elevada a qualquer pequeno encontro com bandidos. Em termos mecânicos, as lutas são repetitivas e aborrecidas, baseando-se muito em bloqueios e contra-ataques, É difícil atacar inimigos que se estão constantemente a defender senão forem bloqueados e em movimentos de parkour que quebram as regras da física e tornam o movimento durante o combate inconsistente.
A SkillTree apesar simples mas muito diversificada, e as modificações nas armas ajudam-te a criar um Aiden mais adaptado ao teu estilo de jogo, tanto em termos de combate como de exploração e movimento. Isto ajuda o combate a tornar-se mais simples e não mais interessante.
Mas sei o que podem estar a pensar: Então mas este não é um jogo de zombies? Sim é, em teoria, mas é muito mais que isso. Dying Light 2: Stay Human faz algo excelente e utiliza os zombies e a infeção apenas como a moldura para a história e foca-a completamente nos humanos e nas suas relações individuais, sociais e políticas.
Com isto, não digo que os zombies não têm importância. Aliás, os zombies são um fator muito memorável na tua exploração de Villedor. Visto que tanto tempo passou desde o início da infeção e várias mutações aconteceram, tens muitos mais zombies espalhados pela cidade e muitas mais variantes que criam muitos problemas a Aiden.
Sem nunca esquecer claro a imagem de marca de “Goodnight and Goodluck” da franquia Dying Light, onde os zombies ficam muito mais ativos e agressivos e ativos à noite, e outras variantes saem para caçar.
No final, Dying Light 2: Stay Human é um jogo de zombies que é muito mais que isso. É uma mensagem politica e social, que vai além da sobrevivência. Na verdade, faz pensar sobre a fragilidade da sociedade que muitas vezes tomamos como eterna. Para além disso, é um mundo vivo e gigante que te vai fazer sentir completamente imersivo enquanto o exploras com as tuas habilidades de Parkour, que são um pouco complicadas de perceber ao início mas rapidamente as vais aprender.
Poderia continuar a falar de Dying Light 2, mas não há melhor forma de conhecer este mundo que explorá-lo! Por isso, calça os teus melhores ténis e prepara-te para passar várias horas a correr nos telhados e ruas de Villedor, seja sozinho ou com os teus amigos em modo online.
GOOD NIGHT AND GOOD LUCK!
Esta análise foi possível com o apoio da Upload Distribution!
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