Neste especial de Natal venho falar-vos de um jogo que tem em mim uma das recordações mais queridas da minha parte final da infância, início de adolescência.
Já vos tinha dito que na época áurea dos dinossauros as criancinhas/jovens como eu compravam revistas de jogos. Essas revistas como a Megascore, Playgames, Bgamer e PS2 não eram as únicas. Mais precisamente falo de TODAS as revistas que continham como bónus um CD de jogos. Não me lembro se era a Exame Informática ou a PC Guia que trazia o CD com esta relíquia nessa altura, mas uma delas era. Tudo o que continha jogos era consumido, éramos viciados em todo o entretenimento digital, o que não quer dizer que ainda não o sejamos hoje (hehehe).
Numa bela vez, mais precisamente incontáveis e memoráveis vezes, fui para o escritório do meu grande amigo Gomes dar umas tecladas! Na altura um PentiumII, que tinha uma capacidade inata para jogos de MS-DOS, enfiámos-lhe o Frisbie da dita revista naquela torre e deparámo-nos com esta pérola. Elf Bowling 2: Elves in Paradise é um nome que só agora conheci, para vos escrever este relato. Em português, made in Ponte e pela “bolacha americana, onde o preço não engana”, ficou conhecido e batizado como “Bowling com Duendes”. O jogo tem como história uma aposta entre o Pai Natal e o seu irmão Dingle Kringle. O irmão desempregado quer o trabalho do barbichas, e vai ser o lugar disputado num jogo com duendes. O Jogo é uma disputa numa espécie de Curling, vocês sabem, aquela modalidade dos Jogos Olímpicos de Inverno em que os atletas lançam uma pedra sobre o gelo para um alvo, e andam aos gritos e com vassouras a esfregar o gelo desenfreadamente para as pedras deslizarem melhor.
Aqui, em vez de pedras, temos elfos com um humor muito peculiar, de tanga, rabinho rapadinho reluzente ao sol, a deslizarem de forma suave pelo deck do barco para conseguirem marcar mais pontos. Os pontos estão divididos entre 100, 200 e 300, com três rondas e quatro lançamentos por ronda. Máxima força na fisga e os pequenotes vão com um speed tal que são devorados por tubarões. Distração pelo balanço do convés e lá vão eles pela calha abaixo. O ideal será pegar na fisga com os dedos, mostrando o rabito e fazê-la bater de tal maneira nas nádegas que eles vão a deslizar, rodopiando em velocidade lenta, até ao limite da pista. Temos de ter atenção que o oponente pode mandar os nossos elfos borda fora e perdemos esses pontinhos.
Nesta rivalidade desenfreada para o lugar de Pai Natal, estão árvores de Natal com luzinhas, um Iceberg e pinguins a lançarem-se com balõezinhos, um cenário idílico com toda a certeza. Os pequenotes têm a sua tanguinha recortada em fisga da cor do Pai Natal, vermelha, ou da cor do Dingle, azul, senão não se conseguem distinguir. Estes elfos do Pai Natal são tudo menos angelicais. Dedicados à boémia, gozam uns com os outros, dançam e mandam bocas, e não têm nenhum decoro pela forma que se apresentam: uns gostam de mandar umas bufas, outros vêm com queimaduras do sol, outros parecem o macaco Adriano. Descuidados como são, às vezes a tanga cai-lhes e se não fosse a distorção de censurado víamos os genitais dos meninos. Outras vezes, dançam com um hula-up, bebem água de coco, trazem aparelhagem e começam a cantar. A única vingança que temos é ter aquela fisga nas mãos, puxá-la até ser atrofiada e o ligeiro grito que mandam quando ela lhes bate no rabito.
Aqui fica a minha compilação de boquinhas destes minions barbudos no deck: “Who is your daddy”; “Do you know your boss is reading your e-mail?”; “Give it to me baby!”; “Hey gringo, I got laid… twice!”; “This is embarrasing…”; “Come to the daddy!”; “Look at me, i’m on three!”; “Missed Me?”; “Welcome to the Paradise.”; “Hey, want some crack?”; “Are you looking at my but?”; “That was a good one!”
Eu com o Gomes jogámos tardes inteiras, a rirmos nos do jogo, e com as bocas que mandavam, e a rirmo-nos um do outro. Foram longas e belas essas tardes, após sermos crucificado nas aulas, e na altura ideal para desenvolver este tipo de humor. Não sei se ainda é possível fazer o download deste jogo, mas pelas pesquisas que fiz, foram feitas várias sequelas deste! Se conseguirem arranjar este belo joguinho, arranjem alguém com quem jogar, vale mesmo a pena! Dedico este texto ao grande e largo amigo Gomes, acima referido, não existe prenda melhor do que estes momentos por nós passados. Um abraço a todos!
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