Estou de volta com Final Fantasy VII! Neste preciso momento em que estou a começar a escrever este artigo estou a poucas horas de terminar a minha aventura por este jogo. Já disse muito nas minhas primeiras impressões e espero não me repetir em demasia nesta análise. Algo que gosto sempre de deixar bem presente é que os RPG’s não são a minha praia, bem longe disso, mas esta saga icónica sempre me despertou curiosidade e apesar de há uns valentes anos ter-me aventurado por Final Fantasy IX, as minhas ideias mantiveram-se: este não é o estilo de jogo para mim. Não sendo fã desta saga, acabei por passar ao lado de todos os títulos que foram sendo lançados nos últimos 20 anos, mas claro, os clássicos da PlayStation conhecia particularmente bem, por ter jogado o IX e porque o VII é conhecido por todos os que se envolvam neste mundo dos videojogos.
Jogar Final Fantasy VII Remake foi uma verdadeira aventura em vários aspetos. Inicialmente entrei reticente por todas as razões que já deixei bem claro, mas fui-me embrenhando cada vez mais naquele mundo e certo é que acabei totalmente agarrado. Espero amanhã estar a escrever os últimos parágrafos desta análise já com o jogo terminado, mas neste momento, com 23 horas de jogo senti-me com vontade de já escrever algo antes de ver o grande final. Este é um jogo moderno, que funciona como tal.
A sua componente gráfica está próxima daquilo que os fãs encontraram no mais recente capítulo Final Fantasy XV. Para novos fãs, apenas o nome remake e o número a frente do nome, faz antever que este é um jogo do passado, pois todo o ambiente respira atualidade. Os efeitos, as sombras, os momentos explosivos de batalha, tudo está muito bem trabalhado e funciona em todo o seu esplendor. Há certos momentos deste jogo que me recordo de ver na minha velhinha PlayStation, principalmente do início do jogo, talvez devido a algum disco demo que tive na altura. Ver Midgar nos moldes atuais e com certos momentos, certas cinemáticas recriadas quase até ao pormenor, é de uma beleza incontornável.
Há algo que realmente me marcou nesta aventura e foi o estilo de jogo e combate. Definitivamente este é o tipo de jogo RPG que eu sou capaz de jogar. Acreditem que nunca pensei estar a dizer isto, mas estou com uma vontade súbita de regressar ao Universo Final Fantasy, assim que terminar este jogo e provavelmente é o que vou fazer! Não existirem encontros aleatórios no meio do nada e o combate mais focado na ação, misturando o estilo de turnos com o combate mais direto está perfeito. Funciona muito bem e é magnífico realizar todo um conjunto de ações com os vários personagens em ação, tudo numa questão de poucos segundos e depois ver todo a dano tirado aos inimigos. Lindo. Antes de continuar, deixem-me só ir desvendar o final desta história e depois volto a vir ter convosco.
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Algumas horas depois…
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Enquanto a banda sonora entoa as últimas notas aqui na televisão deixem-me começar a escrever sobre a história, finalmente posso falar da história. Já todos sabemos que este remake está dividido em dois jogos e aqui apenas exploramos a grande cidade de Midgar. Certo é que a história é extensa o suficiente para nos dar uma bela dose de trabalho. No jogo original esta sequência rondava as 10 horas de jogo segundo o que ouvi por aí, mas aqui temos entre 20 a 30 horas, dependendo da forma como desenvolverem a aventura. De qualquer forma está garantida um bom conjunto de horas para o desenvolvimento dos nossos personagens.
Quando chegamos ao final desta aventura ficam imensas, mas mesmo imensas questões por responder. Fica tanta dúvida no ar que faz com que este jogo não funcione mesmo de forma independente. Aliás, podemos dizer que por si só, esta história é suficiente para nos dar a conhecer um pouco deste mundo, nos apresentar as personagens e acima de tudo explicar o porquê de tanta luta entre a Avalanche e a Shinra. Fica por dar mais detalhes acerca do passado de Cloud e dos personagens que o acompanham nesta aventura. Foi muito interessante ver a equipa a crescer e a forma como se foram juntando à luta, mas de alguma forma acabaram por ter tempos de antena diferentes e assim nem todos os pontos foram retratados.
Com aventuras diferentes nos imensos jogos da saga, mesmo na principal, torna-se muito fácil ter um favorito entre as 15 aventuras já existentes. Sempre que alguém refere esta saga, transmite uma ideia de que a primeira experiência acaba por tornar aquele jogo no seu favorito. Bem, se leram as primeiras impressões a este jogo, sabem que apenas tive duas verdadeiras experiências com a saga, a primeira na PlayStation original com o Final Fantasy IX e agora esta. Posso dizer que a primeira experiência fez-me crer que não era o meu tipo de jogo, enquanto agora, nestes novos moldes, com este tipo de jogabilidade, sem dúvida é um jogo para mim.
Final Fantasy VII Remake é uma aventura excecional e o único problema dele é não poder agarrar já no resto da história. Para quem vai experimentar esta aventura pela segunda vez, vai ter algumas surpresas pelo caminho, segundo consegui perceber há várias diferenças que a equipa criou para este jogo, nunca esquecendo o que se passa no jogo original, mas oferecendo uma experiência nova para o futuro. O final deste jogo é, em grande parte, bem diferente daquilo que os fãs mais próximos da saga poderão esperar, mas para mim isto não é um mau sinal. É um recontar de um jogo incrível, oferecendo novas experiências para todos os jogadores e com a segunda parte a caminho, quem sabe o que teremos depois. Muitas surpresas certamente. Final Fantasy VII Remake é um título obrigatório e atrevo-me mesmo a dizer que será uma boa forma de vos introduzir a este universo e quem sabe não acabam fãs como eu.