Gran Turismo é capaz de ser a série de jogos de corrida mais aclamada de sempre. Cada geração de consolas é marcada por, pelo menos, um lançamento de Gran Turismo e é quase sempre uma revolução gráfica e de realismo, lançamento após lançamento.
Neste ano de 2022, ainda só vamos em Março e já temos sido abençoados com jogos incríveis. Gran Turismo 7 é mais um concorrente a jogo do ano e promete surpreender os fãs de longa data e novos jogadores.
Para um título deste calibre é importante ter todo o material necessário para avaliar, com toda a justiça, o potencial máximo deste jogo. Recentemente, investi no meu set-up PlayStation e completar toda a família de acessórios que poderiam otimizar a minha experiência gaming. Comecei por comprar os phones PULSE 3D, mas a minha mais recente aquisição foi de uma Sony BRAVIA X90J de 50 polegadas. Para quem não conhece, é o televisor com o processador adequado para a PS5, com entrada HDMI 2.1 e com um display com frequência de 120 Hz.
O meu entusiamo para conhecer Gran Turismo 7 nesta nova geração era grande, mas fui mesmo surpreendido!
As minhas primeiras impressões foram logo positivas ao perceber que Gran Turismo 7 ocuparia menos espaço (apenas 107 Gb) que o seu predecessor Gran Turismo Sport. Sendo um jogo que estará para sempre na minha consola, é bom saber que não me vai “roubar” muitos gigas para outras instalações. Sei que isto pode parecer um detalhe um bocado irrelevante, mas a falta de espaço tem sido um problema recorrente na minha jornada PlayStation 5. Ver a minha primeira preocupação atenuada, foi um sentimento positivo.
Enquanto o jogo instala e esperamos com ansiedade, temos uns mini jogos divertidos onde podemos treinar a nossa condução ao som e ritmo de algumas músicas, usando alguns carros clássicos. Esta foi uma maneira criativa de iniciar os novos jogadores ao conceito de que, num mesmo espaço de tempo (uma música) é possível percorrer distâncias diferentes. Traduzindo para uma corrida, o inverso acontece, numa mesma distância (uma pista) é possível fazer tempos diferentes. E é exatamente sobre isso que o jogo é, fazer o melhor tempo e vencer.
Foi logo nestes mini jogos que me apercebi que Gran Turismo 7 foi pensado (também) nos novos jogadores. Isto é notório quando se começa, de facto, a jogar. Toda a progressão do jogo até às corridas mais difíceis é feita com calma. Começamos por pistas simples com apenas uma ou duas laps e cheio de assistências de condução. À medida que vamos evoluindo e percebendo como se joga, o jogo começa a retirar subtilmente essas assistências e a ficar mais competitivo. É quase como aprender a andar de bicicleta com rodinhas, mas a verdade é que ajuda muito em aprender a jogar bem e, consequentemente, ficar mais agarrado e jogar durante mais tempo.
Da mesma maneira, a introdução aos elementos de jogo que nos vão permitir melhorar carros (como GT Auto e Tuning, que falarei mais à frente) é feita de maneira cuidada e cautelosa, para percebermos facilmente porque precisamos de usar aquelas ferramentas e como utilizá-las para evoluir o nosso know-how do jogo.
Gran Turismo 7 pode não ter um modo de história, mas a maneira como está desenvolvido parece que estamos a seguir um conteúdo narrativo, onde a personagem somos nós e os nossos carros.
Neste jogo, a maneira de progredir de nível é à base da aquisição/coleção de carros. O nosso nível de colecionador aumenta consoante o número e variedade de carros que temos. Este fator torna Gran Turismo 7 um jogo quase totalmente focado num reward system que promove uma mentalidade tipo Pokémon… “Gotta Catch ‘Em All”! Em complemento, temos a parte online e multiplayer onde um jogador pode ostentar a sua skill e aptidão nas pistas, mas em que em nada é influenciado pelo nosso colector level. A meu ver, combinação perfeita!
Relativamente aos jogos anteriores, Gran Turismo 7 conta com várias melhorias que os fãs desta série vão apreciar. Não só temos uma integração com o DualSense tremendamente imersiva, uns gráficos soberbos e um áudio envolvente, o jogo conta com pequenos detalhes que fazem toda a diferença.
Um detalhe que para mim se destacou está na câmara adaptada para dar um maior sentimento de realidade. Em Gran Turismo 7, a câmara comporta-se como se estivéssemos a olhar pelos olhos do piloto, e não por uma câmara que está lá parada no cockpit. Em cada lomba e irregularidade do piso sentimos a câmara a abanar como se fosse uma cabeça a abanar, dando uma sensação que estamos mesmo ali no carro. O melhor seria mesmo convidar-vos para virem cá a casa jogar um bocadinho comigo para poderem ver por vocês mesmo.
Pessoalmente, gostei bastante destas evoluções, relativamente ao Gran Turismo Sport. Um detalhe que achei curioso de um jogo para o outro foi no farming de quilómetros. Em Gran Turismo Sport, se tivéssemos a fazer um exame de condução ou um trial em que falhássemos, esses quilómetros não contavam para o nosso overall e missão diária. Em Gran Turismo 7, todos os metros que andamos são contabilizados, mesmo que estejamos constantemente a chumbar no exame de condução.
Após ter sido retirado no Gran Turismo Sport o tuning voltou em Gran Turismo 7.
Esta componente do jogo pode não parecer importante à primeira vista, mas é uma ferramenta essencial à medida que as missões do jogo vão avançando. Muitas vezes dei por mim com o melhor carro que poderia ter naquele momento e, ainda assim, não conseguir classificação necessária para passar aquela missão. Aqui entra o tuning!
Para terem uma noção, consegui por um Mini-Cooper ‘S’ de 1965 a ganhar contra um Mini-Cooper ‘S’ de 2005, fazendo apenas algumas modificações na suspensão, filtro de ar e computador de bordo.
Nem todas as opções de compra no menu do tuning vão aumentar a performance do carro, algumas podem até mesmo reduzir. Mexer no carro torna-se um caso de estudo onde através de tentativa e erro vamos percebendo que peças precisamos para melhor o nosso carro até ao nível desejado.
Em Gran Turismo 7, temos os dois modos gráficos habituais: Ray tracing (a.k.a. Fidelity, em alguns jogos) e Performance. Para ser honesto, a diferença entre estes dois modos, neste jogo, não é muito notória e acaba por ser notada apenas em pequenos detalhes.
No modo performance, temos um frame rate maior e, por isso, uma jogabilidade mais fluida. Ideal para um contexto mais competitivo, apresenta a vantagem de se ter uma melhor noção dos movimentos do carro e se sentir mais a velocidade de corrida.
No modo ray tracing, não temos uma envolvência tão grande, mas apresenta uns gráficos mais refinados tornando cada detalhe mais realista. Desde os reflexos nas janelas do carro, a refração da luz no capô, na textura do cimento e do material do tablier, o ambiente fora da pista como as árvores e bancadas, e até mesmo a luz dos faróis, todos estes pormenores estão amplificados a um nível de detalhe soberbo.
Apesar das diferenças, nenhum modo se destaca em demasiado e acabam por ser os dois bastante equilibrados. Acabei por escolher o modo ray tracing para jogar porque senti que me oferecia mais realismo e, ao mesmo tempo, não senti uma falta tão grande do frame rate que estava a perder em não escolher o modo performance. Para quem tem lido as minhas análises anteriores, sabe que eu ando a priorizar o modo performance nestes lançamentos da nova geração, mas este é capaz de ter sido o primeiro jogo que preferi o modo de maior qualidade.
A única coisa que me fez “comichão” a nível gráfico foi o facto do ray tracing não estar otimizado para o jogo todo. Em alguns menus, tipo o Showroom e GT Auto, os carros pareciam mal renderizados, especialmente nas jantes. No entanto, numa corrida ou até mesmo no Scapes, o ray tracing não me falhou uma única vez. Acredito que isto seja um erro momentâneo e corrigido em breve, talvez até antes da saída do jogo.
O DualSense continua a ser algo que me fascina na PlayStation 5. Temos tido integrações muito boas (como Death Stranding Director’s Cut) e outras não tão espetaculares. Mas senhoras e senhores, acho que estamos na presença de uma das melhor integrações funcionais do DualSense num jogo da PlayStation 5.
Em Gran Turismo 7, conseguimos sentir todo o carro através do comando. Consegue-se sentir cada quilo de pressão e tração, ao ponto de percebermos de que roda estamos a começar a derrapar. Sem controlo de tração (TCS), os adaptive triggers têm um papel essencial em conseguir fazer essa regulação “manual”. Quando o carro vai começar a derrapar, sente-se logo no R2 um tremelique. Claro que jogar sem TCS é extremamente difícil, mas quem consegue fazê-lo bem acaba por ter sempre uma vantagem perante os seus adversários. Se fores um mestre em correr sem TCS e estiveres a jogar com um DualSense, provavelmente vais te safar ainda melhor. É capaz de ser a primeira vez que usar um DualSense apresenta uma vantagem competitiva e não apenas imersiva.
Uma das mecânicas que estava curioso em descobrir era o uso do acelerar (R2) e travar (L2) com os adaptive triggers. Como esperado, o botão de travar está “adaptado” para diferentes situações de travagem, apresentando mais resistência quando estamos a velocidades maiores e a fazer drift. Para minha surpresa, o botão de acelerar não me pareceu ter qualquer tipo de resistência, o que até faz sentido visto que num carro este pedal tem que estar sempre pronto para ser carregado a fundo. Pelo menos foi o que senti no início, mas ao fim de alguns jogos comecei a perceber que cada carro tem um pedal com uma sensibilidade diferente, isto é muito notório ao jogar com carros mais antigos.
Não só estes detalhes do carro, mas através do DualSense também é possível sentir cada irregularidade no chão, lombas, poças de água e até a aquaplanagem do carro. Uma autêntica maravilha!
Também fiquei positivamente surpreendido com a envolvência do áudio 3D neste jogo. Dá para sentir o vento e a posição dos carros à nossa volta, especialmente na câmara do interior do carro. O detalhe mais fantástico foi sentir o Efeito Doppler durante as corridas.
Gran Turismo 7 é o simulador de corridas perfeito! Tira o máximo de partido desta nova geração através do ray tracing, tempos de carregamento bastante rápidos, integração perfeita com o DualSense e áudio 3D tão envolvente que parece que estamos dentro do cockpit. Promete muitas horas de jogo e não vão querer parar de jogar!
Esta análise foi possível com o apoio da PlayStation!
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