Dia de Natal e a prenda no sapatinho mais esperada, um jogo para o Gameboy Advance. Após a penosa experiência de no Verão ter adquirido uma consola nova com dinheirinho do mealheiro, é no Natal que finalmente sou presenteado com um jogo para ela. Harry Potter em 2002 era a onda do momento. Diferente do primeiro Harry Potter que recebi para o GameBoy Color, este é um jogo mais rápido, de plataformas, com muitos puzzles, o qual vamos explorar mais para a frente.
Creio que a história toda a gente saberá mais ou menos. Harry está no seu segundo ano escolar, e as estranhas situações repetem-se na sua vida. Visitado por um elfo doméstico chamado Dobby em casa dos seus tios, é-lhe proferido um misterioso aviso da estranha criatura: “Não podes ir para Hogwarts este ano”. A partir daí muitos e variados perigos o Harry irá enfrentar, até ao sempre inevitável desfecho da sua aventura.
Harry Potter y la Cámara Secreta, o título como a caixa que foi por mim comprada, começa a aventura na Diagon-All com Hagrid para adquirir o típico material escolar. Já há 18 anos atrás se começava a provar que o regresso às aulas não era só no continente, mas também na Diagon-All. Para quem jogou o divertidíssimo e profundo título anterior para o Gameboy Color, tem aqui uma diferença gritante porque a acção passasse mesmo na diagonal! Gráficos isométricos e maior rapidez de jogo acompanham uma nova geração para esta consola.
Harry Potter aqui toma umas poções ou lança a ele próprio uns feitiços, pois neste jogo anda em biquinhos de pés e passa sorrateiramente atrás dos inimigos quando necessário, acarta barris, empurra objetos enormes e salta como um cabrito quando necessário, mas sempre de óculos redondinhos na ponta do nariz! Este atlético e multifacetado Harry contrasta com a simplicidade com que lança feitiços. Todos eles têm uma função específica, muitas vezes usados para ultrapassar obstáculos ou ter acesso a áreas ou segredos do jogo.
O ambiente é colorido, utilizando adequadamente toda uma tela de cores em ambientes muito diferentes uns dos outros, que combinadas com os gráficos isométricos, dão toda uma nova perspectiva.
Um dos seus pontos altos são os jogos de Quidditch. Fizeram com que montar uma vassoura nunca mais fosse a mesma coisa. Toda a acção do jogo é encarnada por Harry, atrás da Snitch. Passando por uma série de arcos, aumentamos a nossa velocidade até alcançarmos e apanharmos a esquiva bola, tudo a simular o 3D.
Mais de resto, conseguimos fazer as nossas poções, colecionamos cromos de feiticeiro, os feijões da Bertie Bott, tudo para aproveitarmos o máximo da vida de feiticeiro.
Lembro-me como se fosse ontem, de ter posto este jogo a rodar na minha consolazinha. De noite, no sofá grande a ver televisão, com aquele cheiro a limpo e novo típico das festas de Natal e da Páscoa, das ceras para madeira e para tacos. Sob a luz, também grande da sala joguei até me fartar, sempre assombrado pelos gráficos que dispunha, até ali por mim nunca experimentados.
Agora com esta distância, admito que tenho uma preferência pessoal pelos outros, pois a idade demonstrou-me uma preferência inata por RPG do que jogos de aventura pura e dura. No entanto, este jogo é um dos bons exemplos do que o GameBoy Advance poderia fazer, e uma cápsula do tempo que nos catapulta para a loucura vivida pelo menino de óculos redondos e de testa marcada pelo raio.
Peço desculpa a todos pelo atraso deste artigo, mas aqui fica mais uma boa memória acompanhada por um bom jogo! Um abraço a todos, e um feliz ano com tudo de bom!!
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