Humankind é um dos mais recentes jogos de estratégia publicado pela SEGA e com desenvolvimento da Amplitude Studios. Este estúdio, mais conhecido pela saga Endless e que em 2016 passou a pertencer à SEGA, arrancando com o desenvolvimento deste Humankind pouco depois. Com alguns rumores e teasers a começarem logo no arranque de 2019, foi em agosto desse mesmo ano, durante a Gamescom, que a SEGA apresentou ao mundo este novo jogo de estratégia, prometendo um conteúdo único e capaz de concorrer com os grandes títulos de estratégia existentes e já bem estabelecidos. Será que conseguiram?
O jogo foi lançado em meados de agosto de 2021 e desde esse momento que ando a explorar o que este jogo tem para oferecer. Na primeira impressão é algo que não foge ao que já conhecemos, mas é nos pormenores que o jogo realmente se começa a destacar. A forma como evoluímos ao longo de cada sessão de jogo é tão interessante e diversificada que tornou esta uma das grandes experiências de estratégia que tive nos últimos tempos.
Apesar de ser um fã de jogos de estratégia desde a primeira vez que tive um PC em 2000, sempre tive preferência pelos jogos de estratégia em tempo real e ao longo da minha vida fui tendo realmente grandes momentos neste estilo de jogos. Jogos por turnos, como o Civilization e outros do género, sempre experimentei e joguei, mas nunca me embrenhei em demasia. Com isto dito, posso dizer que Humankind, um jogo por turnos é um dos melhores que joguei neste universo da estratégia.
Julgo que esta frase é muito comum aos grandes jogos de estratégia e até a outros géneros. Sempre senti que em muitos jogos de estratégia, principalmente quando já não era o primeiro de uma saga, o começar se tornava rapidamente demasiado complexo. Isso já me levou a abandonar demasiados jogos de um género que genuinamente me dá gosto em jogar.
Humankind não faz isso, bem pelo contrário. Primeiro oferece duas experiências de jogo, para quem nunca jogou nada do género e para quem já tem alguma experiência e isso é uma ajuda gigante. Apesar de já há alguns anos não me aventurar num jogo de estratégia por turnos, nos primeiros momentos percebi rapidamente tudo o que era possível e de que forma podia proceder à evolução da minha aventura. Humankind é realmente um jogo fácil de começar e de aprender as bases para nos divertir ao longo de centenas de turnos.
Do outro lado da moeda, está o domínio de tudo o que o jogo tem para oferecer, que se torna rapidamente complexo. Para podermos dominar este título por completo, vamos ter que despender uma série de horas, pois as ferramentas e o grau de possibilidades existentes é imenso e isso é excelente para quem quer uma experiência completa.
Este género de jogos é relativamente menos exigente que um jogo em tempo real, principalmente porque o sistema de hexágonos, onde batalhões de soldados são representados por apenas alguns bonecos ajuda imenso nos requisitos. Com isso em mente, é fácil compreender que estes jogos por turnos têm mais hipótese de se tornarem mais bonitos graficamente que um jogo em tempo real.
O jogo apresenta um grafismo entre o realismo e cartoon, com uma qualidade de grande nível. A equipa conseguiu criar um meio termo entre o grafismo exigente, mas que a compatibilidade com máquinas mais fracas também fosse bem conseguida. Deixo a nota que este título foi testado numa GTX 1660 Super, com um i5 10400F e 16GB de Ram, e correu sem qualquer problema de desempenho, mesmo nos momentos mais exigentes.
Humankind além de oferecer tudo o que vocês já conhecem de jogos de estratégia por turnos, consegue ainda inovar com a adição de diversos conteúdos. A forma como podemos desenvolver o nosso território, indo pelo lado da guerra ou da paz, onde a religião pode ou não ter importância, onde a ciência pode ou não ser crucial para a evolução. Tudo é importante e ao mesmo tempo nada é totalmente necessário para evoluir. A gestão de como podemos avançar, quem lidera ou de que forma exploramos território desconhecido cabe ao jogador.
Para dar um pequeno exemplo, na primeira sessão que realizei decidi caminhar pela paz. A minha civilização prosperou nesse meio, através de tratados que ajudaram a crescer e a desenvolver em todas as áreas. A religião da minha civilização tornou-se a principal de todo o mundo, enquanto fui desenvolvendo o meu lado de exploração marítima.
Cada sessão é única em todos os seus detalhes, quer pelo mundo, quer pela forma como nos desenrolamos pelo tempo. Explorar vários tipos de civilizações ou levar uma do início ao fim. Tudo pode acontecer e os caminhos, as decisões e os eventos tudo depende da forma como escolhemos. Será que esta escolha vai ser aceite pela população? Dependendo da ideologia implementada isso pode interessar ou não. Política democrática, imperadores, ditadores, ou um pouco de tudo ao longo da história.
Tudo pode acontecer e o jogador é que tem as rédeas.
Lembro-me de ver o primeiro teaser a este jogo e depois passou completamente fora do meu radar. Quando agora tive oportunidade de o explorar foi uma bela experiência. Como disse, já há algum tempo que não tinha um jogo de estratégia a deixar-me tão agarrado durante tantas horas. Vai ser um jogo que não vou largar tão cedo e vou continuar a explorar o que de melhor ele tem. Acredito que ainda tenho muito para descobrir e por esse motivo recomendo muito a todos os fãs de estratégia ou a quem procure um bom título para se iniciar neste género.
Uma grande recomendação do Café Mais Geek!
Esta análise foi possível com o apoio da Ecoplay!
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