Deixem-me começar este artigo a referir que estou a preparar uma nova rubrica sobre videojogos e tenho um artigo preparado sobre o Marvel’s Spider-Man, isto porque na altura que Miles Morales foi apresentado para a PlayStation 5, decidi finalmente agarrar-me ao jogo original. Por isso, não se surpreendam se daqui a uns tempos aparecer aqui pelo site um artigo sobre o primeiro jogo.
No entanto, e antes de avançar, posso resumir a minha experiência no jogo original como uma aventura digna de qualquer super-herói. Hoje, em 2020, com o lançamento da PlayStation 5 mesmo à porta, chegam uma série de novos títulos e a Insomniac Games não queria perder esta oportunidade, lançando assim um jogo que não é uma sequela, mas sim uma extensão ao jogo original. Vamos olhar para ele como uma daquelas expansões de antigamente, que hoje em dia gostam de chamar de DLC’s, mas com conteúdo suficiente para um grande lançamento.
Não terão aqui um título para vos levar numa aventura narrativa de cerca de 25 horas ou mais, bem pelo contrário, mas podem estender facilmente a vossa experiência porque este é igualmente um mundo aberto. Como extensão do original, contamos já com o mapa todo “descoberto”, mas com muito por fazer ao longo da pequena história. Prometo que não vos darei spoilers, por isso deixem-me falar um pouco desta história.
Marvel’s Spider-Man: Miles Morales foca-se neste personagem icónico e bem recente do universo das bandas desenhadas Marvel, que já foi apresentado no jogo original e agora tem aqui espaço para a sua aventura pessoal. Como é que isto acontece? Bem, digamos que o Peter Parker precisa de umas férias. Assim, é Miles que entra em cena e numa história que apesar de ser mais focada em Harlem, o bairro de residência deste herói, acaba por nos fazer percorrer facilmente toda a ilha de Manhattan.
Como já referi anteriormente, este não é uma sequela, é uma extensão e explora o herói de Harlem de uma forma muito interessante. Leva-nos a conhecer este herói, encaixando um grupo de vilões e anti-heróis muito interessantes, não esquecendo alguns dos habituais heróis de Spider-Man. Não vou aqui divulgar quais, mas posso dizer que vão ter encontros com três vilões clássicos da banda desenhada. Uns de forma mais direta, outros mais indireta, mas todos com momentos muito interessantes e que ajudam a conectar toda a narrativa do jogo original e desta extensão. Provavelmente, uma das questões mais interessantes deste jogo é a forma como a narrativa se desenvolve, levando uma evolução que inicialmente parece ser frouxa, mas que explode no final. A forma como nos passa mensagens tão importantes para a sociedade atual, com uma subtileza tão grande que quase parece passar despercebido, mas que com certeza vai deixar a pensar.
Gostava de falar ainda mais, mas a história curta não me deixa explorar muito mais do que já referi, mas não quero deixar de dizer que esta é uma aventura que encaixa na perfeição dentro da aventura anterior de Spider-Man. Agora, no que toca ao resto das habituais características de um jogo que dão asas a estas opiniões há muita coisa que está muito semelhante ao jogo original. Grafismo com grande qualidade, onde a luz foi muito mais importante. Aliás, julgo que este é o aspecto mais modificador em relação ao original, onde a luz tem aqui um papel extremamente significativo e acredito que na PlayStation 5 terá uma demonstração deslumbrante. Os ataques de Miles que envolvem a electricidade com todos os cenários de missões, vilões e outros aspectos onde o brilho e as cores dão um destaque magnífico ao ecrã.
Apesar de ter jogado na versão PlayStation 4, o HDR também deu um impulso a que as várias cenas desta aventura se tornassem ainda mais espetaculares. Ao lado do grafismo, está a performance do jogo e deixem-me dizer que houve aqui alguns problemas, mas que não quero estar aqui a definir tendo em conta que hoje, no dia de lançamento desta análise chegará uma atualização que deverá corrigir alguns destes problemas. Entre eles, estão algumas questões de erros que me forçaram a reiniciar o checkpoint e até algumas quebras de frames com a utilização de certos fatos. Contudo, estes problemas, como poderão vir a estar corrigidos no lançamento, deixarei estas questões em aberto e não considerei para a nota. No geral, o jogo parece funcionar de forma tão positiva como o jogo original.
Deixem-me falar aqui de uma questão que achei mesmo muito incrível e que me surpreendeu do princípio ao fim. A banda sonora! Imaginem aquilo que se vê no trailer, ao longo de todo este jogo. É um crescimento tão incrível que eleva de forma tão interessante toda a aventura que torna tudo ainda mais impressionante. Conseguir encaixar o som e a música de forma fluída e que seja uma parte integrante de todos os acontecimentos nem sempre é fácil e muitas vezes parece apenas estar lá para dar mais ambiente, mas aqui está realmente fenomenal. Em todos os momentos, principalmente quando ativamos a sequência final é todo o conjunto de efeitos, imagens, cores e música que dão tanta vida quanto possível ao momento. Toda essa sequência é já totalmente incrível, mas a música acrescenta tanto à envolvência com a cena que me deixou maravilhado.
Marvel’s Spider-Man: Miles Morales é um jogo realmente muito interessante em todos os seus aspetos. Tem algumas questões que podiam ser melhores, principalmente no que toca ao tempo de jogo, mesmo sendo uma extensão e não um jogo “completo”, continua a ser uma aventura relativamente curta. Com uma grande história vem grandes responsabilidades e esta só peca mesmo por saber a pouco. Foi uma boa experiência e foi uma bela forma de continuar a experiência que tive há poucos meses no jogo original. Já na altura quando terminei, fiquei a sentir que queria mais e agora aqui está mais um pouco. Fico ansiosamente a aguardar uma verdadeira sequela.
Esta análise foi possível com o apoio da PlayStation Portugal!