Hoje trazemos a análise de Metroid Dread. É verdade, a nossa Samus teve direito a mais uma entrada na nossa consola favorita e desta vez, esteve quase perto dos gigantes. Atualmente, os jogos Metroid são mais conhecidos que nunca, visto que um dos principais estilos de jogos de momento, os rogue-like, vão buscar muita inspiração aos seus jogos. Na verdade, a essência é praticamente a mesma. O que muda, verdadeiramente, é a dificuldade, estratégia e raciocínio por detrás de cada movimento. No entanto, já vou explicar o porquê desta minha introdução. Primeiro, SAMUS!!
A última aventura 2d que a saga Metroid nos tinha apresentado foi na velhinha 3DS que, apesar de ser uma consola também portátil, não é, nem de perto, tão confortável como a Switch. Para além disso, a melhor coisa que a Switch tem, na minha opinião, é conseguir ligar-se à TV. Acreditem, quem tem a oportunidade de jogar confortavelmente no seu sofá, com um comando adaptado às mãos de qualquer jogador é muito melhor que uma consola pequena que é perita em dar cãibras. No entanto e comparativamente como este antigo jogo, Metroid Dread ficou muito aquém. Vamos primeiro às melhorias/pontos positivos.
O jogo dá enorme ênfase à exploração do mapa. Aliás, desafio qualquer jogador a terminar o jogo com 100% do mapa e itens adquiridos. É impossível. O mapa é relativamente grande – embora não seja enorme – e conjuga bem todos os upgrades que vamos dando ao nosso fato.
Bem, as melhorias são, na minha opinião, a melhor coisa do jogo. São imensas, interessantes e até desafiantes, no sentido de termos de nos lembrar de como fazer cada coisa. Cada parte do mapa apenas pode ser acedida através desses mesmos upgrades, seja com uma mecânica nova, seja com uma arma nova, seja um duplo salto. Qualquer coisa é suficiente para desafiar o jogador a pensar onde poder utilizar o melhoramento recentemente adquirido para explorar mais um bocadinho do mapa.
Diferente dos mapas, o ambiente do jogo é muito adequado aquilo que a Samus está a experienciar com a sua queda naquele planeta desconhecido. O objetivo é demonstrar que a personagem está completamente sozinha naquela aventura e isso é muito bem retratado. Temos, claro, a aparição de alguns intervenientes, mas pouco mais do que isso.
Outra coisa que me surpreende é a rapidez do jogo. Provavelmente, entre áreas, a passagem é das mais rápidas que já vi. Arrisco-me a dizer que não demora mais do que uns 5 segundos entre passagens. Além disso, a transação para as cutscenes são, também elas, muito suaves e sem quaisquer entraves!
E isto é o que tenho de bom a dizer, infelizmente. Vamos então aos pontos menos positivos.
A primeira grande falha é, realmente, a pouca variedade do jogo a este nível. Os inimigos são praticamente os mesmos de uma parte do mapa para o outro. Os EMMIS, os inimigos principais do jogo, tirando os bosses, são todos iguais. As cores e a estrutura dos EMMIS alteram consoante os poderes de cada um, mas é apenas isso. Quando comparado com outros gigantes do género, estou a lembrar-me, por exemplo, de Hollow Knight, esta nova entrada fica muito aquém.
O jogo, embora encoraje a exploração, é muito linear: ganhar um poder, derrotar um inimigo (ou Boss) e avançar para áreas inexploradas. No entanto, para avançar no modo história, o jogador não é desafiado a explorar para encontrar outras coisa. Por exemplo, ganhando um poder, a forma de uso do mesmo está logo diante do jogador, sendo que poucas vezes esse poder é utilizado fora do caminho dito normal do jogador. Claro que se o jogador quiser, pode sempre utilizar os poderes para explorar o jogo noutros locais, principalmente para procurar itens não encontrados previamente! O que quero dizer é que o modo de progredir na história não faz o jogador pensar. Não desafia o jogador a pensar: “Tenho esta arma. E agora?”. A resposta está sempre à frente do nariz.
Aqui é um ponto um pouco subjetivo, mas vejamos, novamente, em comparação com outros títulos do género, por exemplo (e mais uma vez) Hollow Knight. Este último tem uma duração de, aproximadamente, 35 a 40 horas, isto apenas para o final do jogo. Já estamos a retirar tudo o que seja bosses secundários, novas áreas, entre outros.
Já o Metroid Dread tem uma duração média, de modo história, de 5 a 6 horas. Quando comparamos o tamanho e recursos da Nintendo com os recursos de um grupo de amigos, parece que ficámos a perder, principalmente, quando relacionamos isto com o valor pedido por cada jogo.
Metroid Dread é bom, mas não é extraordinário. A melhor coisa que o jogo oferece é a pressão dos EMMIS. O fato de termos estes robôs atrás de nós, enquanto jogamos, pondo à prova cada uma das mecânicas que adquirimos, é interessante. Foi também inteligente terem colocado estes robôs apenas em determinadas áreas, fazendo com que o jogador não tenha de andar sempre com medo de explorar o mapa. Assim, apenas temos de aceder a estas áreas por pequenos e curtos espaços de tempo, de forma a progredir na área. No fim de derrotarem o robô, a área fica liberada e o jogador pode explorar à vontade. O ambiente, como disse, também ajuda muito na experiência do jogo. O fato do ecrã de jogo ficar mais escuro quando estamos nas áreas dos robôs torna a experiência totalmente diferente.
De resto, lá está, nada de extraordinário. Poucos inimigos, pouco tempo de jogo e o fato do jogo ser pouco desafiante foram apenas alguns aspetos que saltaram à vista.
Em suma, Metroid Dread fica aquém dos melhores, mas não deixa de ser um tempo bem passado, mesmo que curto. Por fim, gostava apenas de fazer uma pequena ressalva sobre a nova edição da Nintendo Switch, a OLED. Num modo geral, para quem não tem a consola, acho que é um elemento a ponderar e quando digo ponderar, é mesmo isso. Mesmo quem não tenha, mas esteja a pensar em jogar só na TV, não sei até que ponto vale a pena comprar uma consola que apenas beneficie o jogador que jogue em modo portátil. No entanto, a escolha cabe sempre à pessoa que efetivamente compra a consola. O que para mim não faz qualquer sentido (por exemplo, comprar duas ou mais Switch de vários modelos), para outra pessoa pode fazer todo o sentido. A meu ver, tendo a Switch base (nem precisa de ser a V2), não justifica. Principalmente para quem goste de jogar na televisão. Se não concordam comigo, deixo apenas uma pergunta no ar: E tu? O que achas? Achas que vale a pena a troca? Acham que, por exemplo, jogar num ecrã OLED de 7” é melhor do que jogar numa TV Full HD de 55” ou 65”? Digam-me de vossa justiça e bons jogos!!
Esta análise foi possível com o apoio da Nintendo!
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