Se és Cristão, sabes que o Segundo Mandamento da Lei de Deus nos diz que não devemos invocar o Santo Nome de Deus em vão, mas… OH MEU DEUS, QUE JOGO! Quando escrevi a Crónica de Shadow of Mordor disse que iria de forma imediata jogar este título. Que obra-prima! Tenho de passar já à conclusão: é algo de divinal! Antes de começar a crónica, deixo o aviso: Spoilers Ahead!

Shadow of Mordor acaba com a partida de Talion e Celembrimbor na sua conquista de Mordor! Um novo poder, um novo anel forjado fora da influência de Sauron, e muitas fortalezas a tomar! Novas personagens aparecem com um único objectivo, adensar e vincar o carácter dos dois principais actores do jogo! Este é para mim o ponto forte de todo este título, conseguiram que toda a história conseguisse secundarizar as maravilhosas novidades que os editores fizeram! Resumindo esta belíssima trama, isto é um baile a dois, onde Talion conserva o seu lado humano, piedoso com o destino daqueles que conservam a sua mortalidade; e Celembrimbor, por seu lado retém o funcionalismo e razão élfica, importando só a derrota de Sauron, passando o Bright Lord a governar! A partir daqui são vocês que têm de descobrir, pois esta história é extremamente interessante, profunda e complexa!

A jogabilidade não trás grandes novidades no controlo da personagem, ainda bem! Os combos são os mesmos, o sistema de evolução e habituação do jogo é perfeito, fantástico! Novidades existem na multiplicidade de novos desafios, na forma de os descomplicar, e nos inimigos. Para além dos Uruks, temos inimigos especiais, gigantes, chamados os Olog’ai. Estes meninos são uma espécie de Trolls com alguma inteligência. Outra parte boa é a diversidade de animais que podemos juntar na destruição e desmembramento de Orcs e Uruks! Para além dos Graugs e os Caragors, temos dragões para comandar! Parece que estou a brincar com miniaturas no chão da sala a ver o Big Show SIC, que bom que é usar um dragão para assar, retalhar e desmembrar ordas de tropas inimigas!

Falando em Uruks, os capitães das ordas peçonhentas continuam com personalidade muito própria. Matam-se e esfolam-se para serem Warchiefs, e nós continuamos a aproveitar-nos disso! Num contexto ligeiramente diferente, pois agora temos de conquistar fortalezas, tentamos treinar e evoluir os nossos amiguinhos de estimação até terem habilidades suficientemente aguerridas e consolidadas para cortar uns dedinhos a outros Orcs, tudo pelo Bright Lord! Estas habilidades adquirem-se nas lutas internas, em sítios de luta especial, os Fight Pights, ou compramos essa evolução. Aqui tudo varia, desde armas com capacidade de fogo, uma montada de Caragor, um conjunto de Uruks como guarda-costas, que variam dependendo da sua categoria. Conforme as suas habilidades temos capitães normais, épicos ou lendários!

Todos eles perfilados, com as suas armas de estimação e cheios de raiva, mas desmamados pelo Bright Lord na batalha, enfrentamos um ataque ou defesa de um forte. Num momento inicial temos a opção de dar capacidades especiais aos nossos Warchiefs para um ataque ou defesa bem sucedida! A multiplicidade aqui também é enorme: Desde Graugs com capacidade de artilharia, Warchiefs com cavalaria em Graug, grupos especiais de Uruk munidos de escudo e lança para defesa, um Graug de batalha, paredes do forte em metal, ou expelir veneno nas muralhas para impedir o adversário de subir.

A nossa personagem também tem um sistema adensado de evolução. Para além da experiência ganha na concretização de missões e objectivos, a escolha de características de combate depende do próprio jogador, pois mediante a nossa experiência iremos activar aquela que nos dará mais capacidade de combate, em grupos de dois ou de três. Além desta personalização básica, as armaduras e armas de combate são recolhidas nos espólios de inimigos derrotados ou missões especiais! O conjunto de armamento da mesma série permitirá bónus de combate! Podemos potencializar as nossas habilidades através de gemas, recolhidas por espólio e no “Orcicídio” de membros especiais desta espécie!

Para além de tudo, temos oportunidade de testar as nossas fortalezas, os nossos campeões, e as nossas habilidades em desafios online!

Não nos falta mesmo o que fazer neste jogo! Eu comecei logo em modo Nemesis e fartei-me de morrer e renascer. Armei-me em esperto e depressa me vi envolvido em lutas onde era emboscado, estropiado e deixado sob os pés de algum Uruk. A capacidade de adaptação no combate pelos capitães é uma das novidades, que dá uma dificuldade adicional ao jogo! O realismo de combate, o brandir da espada, a decapitação, o desmembramento, o sangue preto sob o gume da nossa lâmina são pormenores dignos de se ver. Nada foi descurado neste jogo, desde o seu início até ao seu término.

Um jogo tão cheio e recheado poderia ter-se perdido por muito querer fazer, mas muito pelo contrário só se conseguiu engrandecer! Resta-me parafrasear um excerto das belas frases de Talion: “…my fate is my Own!” Um “Must Have”, fantástico, excelente!