No outro dia estava a navegar pela PlayStation Store e vi na secção “Brevemente” um jogo com um nome muito peculiar: My Friend Pedro. Pensei para mim “que coincidência existir um jogo com o nome de um dos meus melhores amigos” e rapidamente partilhei esta descoberta com ele e fui me informar sobre o jogo. Após ver alguns trailers, depressa percebi que este era um jogo que tinha que jogar mais cedo ou mais tarde. E aqui estou! Jogo acabado de jogar, troféu de platina a caminho e pronto para vos falar um pouco sobre esta relíquia.
Em My Friend Pedro, tu e o teu amigo Pedro (uma banana flutuante que fala) acordam numa cave de um talho, armado com pistolas, roupa fixe, skills de parkour e a habilidade de abrandar o tempo. O objectivo é só um: escapar matando o maior número de bandidos possível.
É um jogo repleto de acção e adrenalina, com muitas mortes, acrobacias incríveis em slow motion e puzzles por resolver. O seu ritmo acelerado torna-o numa experiência completamente imersiva em que ficamos agarrados ao comando e nem damos pelo tempo passar.
Grande parte dos níveis baseia-se em andar da esquerda para a direita, como um jogo de plataforma 2D, matando qualquer inimigo da maneira mais badass que conseguirmos encontrar. Mas onde o jogo nos agarra é no sistema de combos, na habilidade de abrandar o tempo (chamada no jogo de “bullet-time”) e na magnificência de quando conseguimos combinar os dois.
O estilo gráfico e edição de som de My Friend Pedro é adequado ao conceito do jogo em si. Apesar da personagem às vezes fazer uns movimentos um bocado estranhos devido à natureza acrobática do jogo, o grafismo apresentado encaixa bem com a informação visual de gore e violência que o jogo pretende expor, fazendo o jogo o mais agradável possível de se jogar.
A primeira metade do jogo é, sem dúvida, a melhor das duas. A inocência de ainda estar a perceber a dinâmica do jogo, a curva de aprendizagem, tempo e distância reduzida entre um conjunto de inimigos e outro, as acrobacias fazem mais sentido e estão melhor coordenadas e, em geral, níveis mais bem estruturados e com mais elementos interactivos (facas, mesas, panelas, jerrycans com gasolina, entre outros) que deixam uma maior diversão no ambiente de jogo. Todos estes elementos permitem que nos foquemos mais no espetáculo da acção e dos caos que estamos a criar. A segunda metade do jogo foca-se mais em sobreviver aos desafios de cada nível e é, sem dúvida, a metade do jogo onde se morre mais e se tem que repetir várias vezes o mesmo segmento.
É um jogo curto. Jogando nas calmas e no nível mais fácil, não se demora mais do que 5 horas a passar o jogo inteiro. Ainda dando tempo para fazer uma limpeza no final para algum troféu ou coleccionável que escapou.
Se és um trophy hunter como eu, tenho boas e más notícias. A boa notícia é que o jogo está cheio de troféus de prata fáceis de se obter apenas jogando normalmente, ainda havendo a possibilidade de fazer uma limpeza rápida aos troféus que faltaram através do selector de nível. A má notícia é que o troféu de platina é muito complicado de obter pois requer que acabes o jogo com uma pontuação máxima em todos os níveis e na dificuldade máxima, o que vai requerer uma completa mestria do jogo e isso pode levar algum tempo. Ainda assim, se és daqueles que gosta de se sentir recompensado ao jogar um jogo, este não te vai desiludir.
My Friend Pedro é um jogo que junta skill, delicadeza e graciosidade. É sem dúvida um dos melhores jogos da sua categoria (Shoot ‘em up) que eu alguma vez joguei. Adorei a liberdade que tinha ao jogar. O jogo dá-nos as ferramentas para o sucesso e como as usamos depende somente de nós.
No seu esplendor total, diria que jogar My Friend Pedro é como jogar um espetáculo de ballet em esteróides com armas coladas às mãos. Simplesmente genial.
Esta análise foi possível com o apoio da Devolver Digital!
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