De todos os jogos de terror que podiam ter surpreendido os fãs de terror neste Halloween, muito poucos esperavam por um jogo como Phasmophobia.

Phasmophobia não se encaixa em nenhum dos clássicos géneros de terror a que estamos habituados. Não é um survival como Resident Evil ou Outlast; não é um jogo de terror psicológico como Silent Hill ou Layers of Fear e não é um jogo de multijogador como Friday 13th ou Dead by Deadlight. Phasmophobia enquadra vários aspectos de todos estes géneros e consegue criar um jogo divertido, simples e atrativo que não se enquadra em nenhum deles.

Mas vamos começar pelo início. Na sua base, Phasmophobia é um jogo de equipa de até 4 jogadores (também podem jogar sozinhos mas irá ser muito mais assustador, complicado e para ser honesto monótono), no qual os jogadores controlam diferentes membros de uma equipa de caça fantasmas que aceita trabalhos espalhados pelos EUA.

Em cada trabalho, a equipa terá quatro objectivos que terá de completar em redor do comportamento do espírito, como por exemplo, para o ataque do espírito com um crucifixo, tirar uma foto do fantasma ou conseguir que este escreva num livro, sendo que o objectivo principal será sempre conseguir identificar e catalogar o espírito tendo em conta as provas coleccionadas durante a sessão.

Todo este processo de recolha de provas, ao mesmo tempo que tentas sobreviver aos ataques do espírito que estás a perseguir, traz uma vertente de puzzle muito diferente do que estamos habituados em jogos de terror. Para te ajudar neste processo, podes utilizar certos itens que podem ser comprados antes do início da missão (alguns para te proteger, outros para procurar provas e outros para comunicar com o espírito), mas cautela, pois cada jogador só pode carregar 3 itens de cada vez. Por isso, pensem bem no plano de jogo antes de começar a caça.

Ao contrário de muitos outros jogos de terror, Phasmophobia não utiliza Jump scares como um mecanismo do jogo e utiliza a imersão e sentimento de impotência perante os movimentos do espírito para criar medo e confusão no jogador.

Mas o que realmente torna Phasmophobia tão atrativo é o factor comunicação. Para além de teres de comunicar com a tua equipa para se protegerem e coleccionarem provas para atingir os objectivos , o espírito também vai responder às tuas comunicações como com os teus colegas. Ou seja, tudo o que disseres no microfone vai ser ouvido pelo fantasma e ele vai reagir ao que for dito, especialmente se chamares o seu nome, pedires para ele dar um sinal, perguntares qual a sua idade ou onde está ou até se começares a falar de alguns itens da casa.

Num jogo onde a comunicação tem de ser constante e a morte é bastante punitiva, pois faz-te perder todos os itens que tinhas equipados, a tensão e a paranóia vão estar sempre presentes.

É claro que o jogo estando ainda em desenvolvimento por uma equipa indie e estando ainda em fase Early Access tem algumas falhas e bugs que vão ter de ser corrigidas com o tempo. Os servidores, por vezes, desligam-se, a interacção com os objetos e ambiente ainda tem muito a desejar, os gráficos ainda são de fase Beta e alguns dos mecanismo do jogo não são explicados, o que torna o jogo frustrante quando tentas recolher provas e sobreviver e não o consegues fazer, pois não fazes ideia como usar a Spirit Box.

Mas tudo isto é normal num jogo em fase Beta e os developers de Kinetic Games estão a utilizar o feedback da crescente comunidade para continuar a melhorar o jogo.

Por isso se queres juntar-te a um grupo de amigos e tentar a tua sorte a caçar fantasmas  é o jogo ideal para ti. Mas cuidado com o que dizes, pois o espírito está sempre a ouvir!