Desde o lançamento da PlayStation 5 tem havido um investimento em transformar e adaptar os jogos clássicos da PS4 para esta nova geração de consolas. Alguns exemplos de sucesso são Ghost of Tsushima: Director’s Cut, Marvel’s Spider-Man Remastered e, mais recentemente, Death Stranding Director’s Cut.
Este mês, a PlayStation regala-nos com mais um remaster, talvez o remaster que fazia mais sentido, até agora: Uncharted: Legacy of Thieves Collection. Mas como será que este remaster se compara com os outros que têm saído no último ano? E mais importante, como se compara com os seus jogos de origem (Uncharted 4: A Thief’s End e Uncharted: The Lost Legacy)?
O set-up
Para um jogo deste calibre é importante ter todo o material necessário para avaliar, com toda a justiça, o potencial máximo deste jogo. Recentemente, investi no meu set-up PlayStation e completar toda a família de acessórios que poderiam otimizar a minha experiência gaming. Comecei por comprar os phones PULSE 3D, mas a minha mais recente aquisição foi de uma Sony BRAVIA X90J de 50 polegadas. Para quem não conhece, é o televisor com o processador adequado para a PS5, com entrada HDMI 2.1 e com um display com frequência de 120 Hz.
Os modos gráficos
Uncharted: Legacy of Thieves Collection conta com os modos gráficos que já estamos habituados, mas com uma novidade bastante interessante:
A grande novidade, que fez muitos fãs ficarem entusiasmados, foi o modo Performance + e este foi o primeiro modo gráfico que experimentei. Ao início foi uma sensação incrível, experienciar 120 fps num jogo de ação e aventura numa consola foi uma sensação nova para mim. No entanto, da mesma maneira rápida que fiquei deslumbrado com o frame rate elevadíssimo, senti rapidamente falta de uma resolução mais elevada, o que me fez desistir deste modo e só ligá-lo para experimentar em diferentes sequências de ação.
O modo Fidelity acaba por ser o modo padrão para quem joga Uncharted 4 numa PS4 Pro (ou já numa PS5) e, por isso, não se nota diferença entre uma geração e outra. Então, quase por exclusão de partes, as minhas esperanças estavam depositadas no modo Performance, que me parecia ser o mais equilibrado para uma experiência de nova geração. Infelizmente, apesar da resolução mais elevada do que o modo Performance+ e dos 60 fps (que já é um valor bastante bom), não senti que estava a jogar Uncharted numa PS5. A resolução gráfica não estava bem balanceada com os 60 fps e mais parecia que estava a jogar mais perto dos 1080p que dos 4K.
Ao contrário dos outros remasters, Uncharted: Legacy of Thieves Collection ficou aquém das expectativas, a nível gráfico. Este remaster, para ser digno de um Uncharted na PlayStation 5, merecia um modo 4K 60 fps ou, pelo menos, um modo Performance RT (modo 60 fps com ray tracing, mas imagem de baixa resolução com iluminação, VFX e densidade gráfica ajustadas), como existe nos outros jogos da PlayStation Studios (i.e., Ratchet & Clank: Rift Apart).
Identidade PS5
Em comparação com a versão PS4, nesta versão de Uncharted 4: A Thief’s End, há uma melhoria notória na qualidade de som. A envolvência do som 3D está perfeitamente integrada com os PULSE 3D, o que proporciona uma experiência mais imersiva, não só nas batalhas como até mesmo nos diálogos. Verdadeiramente um trabalho fenomenal!
Em termos de integração com o DualSense não há muito a acrescentar. Mais um trabalho bem feito, mas sem muitos destaques para alguma funcionalidade inovadora.
Tal como grande parte dos jogos com compatibilidade PS4/PS5, os jogos que fazem parte de Uncharted: Legacy of Thieves Collection permitem transferir o save da PS4 para a PS5, transferindo assim todo o progresso anterior. Para os trophy hunters isto quer dizer também outra coisa, todos os troféus que conquistaram na versão PS4 passaram, também, para a PS5. Ou seja, se já tinha platinado o jogo têm agora mais uma platina “à borla”.
Recentemente, em preparação para esta análise e para o filme do Uncharted (que estreia já para no mês seguinte), fiz uma maratona de todos os jogos de Uncharted. Foi bom revisitar estes jogos que marcaram uma geração e ver como envelheceram ao longo do tempo e comparando com os jogos mais modernos, especialmente a trilogia original da PlayStation 3. Ao jogar Uncharted 4: A Thief’s End, um jogo de uma geração de consola diferente, reparei na evolução notória de jogabilidade, gráficos e narração. Como o meu caro colega das críticas Paulo comentou comigo “foi um jogo à frente do seu tempo e que envelheceu bem”. Infelizmente, Uncharted: Legacy of Thieves Collection não dá continuidade a este envelhecimento.
Uncharted: Legacy of Thieves Collection poderia ter sido o remaster perfeito, mas a falta de equilíbrio e balanceamento dos modos gráficos traiu o seu conceito e pode vir a minar o seu sucesso. É difícil justificar a compra deste remaster quando os jogos anteriores, que saíram na PS4, continuam tão atuais.
Redes Sociais