Red Rising – Um mundo cheio de cores
Publicado a 21 Fev, 2022

Como já deviam ter reparado, sou um grande fã dos jogos da Stonemaier Games, jogos esses responsáveis por trazer imensa alegria e satisfação para todos aqueles que os jogam. Muitos deles são, inclusive, consideradas obras-primas, tais como Viticulture, Scythe ou Tapestry. Este último mais por mim talvez. Hoje trago-vos mais um jogo lançado por eles, desta vez inspirado numa saga de livros, chamada Red Rising ou Alvorada Vermelha, em português. Caso se estejam a questionar se comprei o livro, sim comprei-o. Mas não, precisam de o ler para gostarem ou jogarem que agora vos apresento. Red Rising é um jogo de gestão de mão e de cartas, no seu essencial.

Mas como se joga?

O objetivo do jogo é, como em todos, ganhar! Spoilers!!!

Ganhamos quando os requisitos do jogo estiverem cumpridos, isto é, se um jogador tiver cumprido dois ou se estiverem três requisitos cumpridos. Esses requisitos são:

  • Atingir o número 7 na fleet track;
  • Ter 7 tokens de hélio e;
  • Ter 7 tokens no instituto.

Quando isto tiver acontecido, o jogo termina e seguimos para a verificação dos pontos de vitória de cada jogador.

Na preparação do jogo, cada jogador irá ter acesso a um número de cartas na sua mão, assim como a um número de tokens para jogar durante o jogo. O tabuleiro central deve estar devidamente posicionado na mesa, de forma a que todos os jogadores possam interagir com o tabuleiro, uma vez que este vai ser um dos principais objetivos do jogo. Neste jogo não existem tabuleiros individuais, apenas a mão do jogador e o tabuleiro central. As cartas são a principal atração do jogo, uma vez que, como disse, o jogo desenrola-se através da escolha das cartas.

Com isto em mente, até o jogo terminar, existem apenas duas coisas que os jogadores podem fazer durante o seu turno:

  • Leading:

Nesta opção, o jogador irá escolher uma carta da sua mão e colocá-la numa das quatro localizações do tabuleiro principal. Ao fazê-lo, o jogador deve, se conseguir, realizar a ação da carta. Todas as cartas têm ações distintas, mesmo que algumas sejam muito parecidas. Grande parte do restante texto não tem qualquer relevância para já ou, pelo menos, para o momento do jogo em que a carta é jogada.

Depois de jogada e feita a ação, o jogador deve escolher a primeira carta de outra fila, retirando-a do tabuleiro e ganhando o bónus da área onde retirou a carta. Existem quatro áreas no jogo: Jupiter; Mars; Luna e the institute. Jupiter faz com que o jogador aumente em um, o seu número de fleet track. Mars dá ao jogador um token de hélio. Luna faz com que o jogador ganhe o Sovereign token, ativando a habilidade da casa que representamos, casa essa que nos é dada no início de cada partida, para definir a nossa cor. Por fim, the institute faz com que possamos colocar um cubo de influência. Se colocarmos os 10 que temos, simplesmente ignoramos o bónus.

Se não quisermos nenhuma das personagens que estão no topo das filas, podemos roubar uma carta do baralho e rodar o dado para saber que bónus é que nos seria atribuído. Existem dois símbolos que estão no dado que não estão em mais lado nenhum: o olho e a cruz. O olho significa que roubamos outra carta e colocamos essa mesma carta numa das fileiras do tabuleiro central, sem ganhar bónus ou qualquer outro efeito. Já a cruz, significa que banimos uma carta – basicamente é descartada do jogo.

  • Scouting:

Para fazer esta ação, basta que o jogador roube uma carta do barulho central e a coloque numa das fileiras do tabuleiro principal. No entanto, esta ação não conta como uma colocação propriamente dita, uma vez que a carta não veio da mão do jogador. Isto significa que a habilidade da carta colocada não é acionada e não pode ser exercida pelo jogador que a colocou no tabuleiro. Mas, ao colocar a carta, o jogador ganha o bónus da fileira onde a está a colocar. Basicamente, só se faz isto quando gostamos da nossa mão!

Veredito

Um dos meus primeiros jogos de tabuleiro foi um pequeno jogo de cartas chamado Star Realms, jogo esse sobre o qual já tive oportunidade de escrever aqui no site. Por essa razão, jogos relacionados com cartas terão sempre um lugar especial na minha coleção. A criação dos combos, a procura pela carta perfeita e a frustração da mesma nunca sair, o facto de alguém ter escolhido a carta que nós queríamos, são apenas alguns aspetos que tornam este tipo de jogos interessantes.

Para além disso, ao contrário do que acontece em Star Realms, neste jogo todas as cartas e personagens são diferentes, possibilitando uma infinidade de combos e estratégias. O problema neste tipo de jogos é exatamente esse: não existe, propriamente uma forma de controlar o jogo porque nunca vamos saber aquilo que vai sair no baralho. Nunca vamos saber que tipo de cartas tem o oponente. Nunca vamos saber toda a informação e/ou possibilidades que temos. Por essa razão, espero que tenham esta informação em atenção aquando da compra deste jogo, pois tudo o que disse, acontece aqui. Existe um grande elemento de aleatoriedade agregado ao jogo e isso pode não ser para todos os gostos.

Em termos de produção não tenho nada a dizer. Aliás, é um jogo da Stonemaier Games, o que seria de esperar? As cartas têm um bom acabamento, o tabuleiro é robusto e as peças, se comprarem a edição de colecionador, são de metal! Fantástico.

Em suma, o que achei do jogo? Red Rising é um bom jogo para iniciantes. Não podemos colocar este jogo ao mesmo nível dos gigantes que saíram com a marca de qualidade da mesma companhia, mas também não é um jogo mau per se. É um jogo simples, com imensa rejogabilidade, mas que nunca passará daquilo que é: um jogo de cartas. Bonito, simples e fácil de aprender, são as características essenciais deste jogo, principalmente quando um jogo inteiro é definido apenas por duas ações!    

Red Rising
Um mundo cheio de cores
Bom
Jogadores: 1-6 Duração: 00H45M (45-60 min min)
Lançamento: 2021
Temática:
Distribuição:
7.5
  • Positivo
  • Imensas cartas, todas diferentes;
  • Jogo simples de aprender;
  • Componentes de muito boa qualidade.
  • Negativo
  • Pouca estratégia, uma vez que o jogo é um pouco aleatório.
Escrito por:
Joel Henriques
A crescer com o Pokémon desde os cinco anos, apresento-me como um amante incurável do mundo dos videojogos e jogos de tabuleiro. Tenho como objetivo principal, em cada artigo que publico, escrever de forma a transmitir uma opinião simples, mas completa, para que todo o tipo de jogadores sinta que seja como se estivesse, ele próprio, a jogar. Acima de tudo, divirtam-se!