PlayStation 5
Armored Core VI – Fires of Rubicon
Publicado a 18 Out, 2023

Estamos muito habituados a conotar a From Software o sinónimo de “empresa que faz jogos de dificuldade elevada”. Armored Core VI – Fires of Rubicon é mais um lembrete a todos os jogadores que a empresa From Software, criadora do género souls like, é perita em criar jogos de grande variedade e diferentes, mas que se tocam pela sua dificuldade.

Se és um jogador que procura uma aventura fácil e sem grandes dificuldades, não te recomendamos este jogo. Armored Core VI – Fires of Rubicon testa os limites de qualquer um, com uma dificuldade que, embora não selecionável, vai escalando para patamares quase insuportáveis em diferentes níveis. Mantendo uma organização muito linear, o jogo baseia-se num sistema de etapas possíveis de selecionar por parte do jogador. Com níveis extra e níveis ligados à história, a From Software optou por criar um jogo pseudo-mundo aberto, organizando e dispondo os diferentes inimigos no mapa, de maneira a garantir a qualidade e o nível de dificuldade em todas as experiências da mesma fase. Neste sentido, a empresa quer garantir uma qualidade equitativa para todos os jogadores, quer os mais experientes como para os novatos da franquia “Armored Core”.

No jogo assumimos o papel de um ser humano híbrido, criado com o objetivo de explorar um exo-planeta em busca de um recurso único na galáxia. Como esse recurso é único, os humanos exploram esse eco planeta, com grandes conflitos entre si. Como forma de recuperar alguns dos territórios, no papel de um mercenário, é nos dado um “Armored Core”, um Mecha/Robô de considerável proporção/dimensão e com uma capacidade bélica incomparável. É a verdadeira máquina de guerra. Com o decorrer da história, vamos recebendo missões de uma figura desconhecida que nos vai colocando a par de outras grandes figuras e magnatas deste exo-mundo. Sem qualquer tipo de cinemática e só com Voice Lines, a simplicidade de como o desenrolar da história se passa é profundamente interessante. É um excelente exemplo de que, com uma boa equipa de vozes é quase possível fazer um jogo por inteiro, sem investir milhões de horas e dólares/euros em cinemáticas que não acrescentam em nada. Por outro lado, é ainda de apontar para o facto de como as missões podem ser repetidas, as vezes que quisermos, durante o próprio decorrer da história. Não existe uma ordem “natural” ou profundamente “linear” para fazer as diferentes etapas. Se um jogador optar por querer repetir 30 vezes a mesma missão, o jogo permite isso, sem qualquer problema. Ainda para mais, devemos também deixar em nota que o jogo têm 3 finais distintos, desbloqueados pela ação final que o jogador optar, tendo ainda a possibilidade de voltar a repetir o jogo.

No que toca à jogabilidade, ficámos assustados com a quantidade de elementos que nos são explicados no início do jogo, tais como “como voar com o mecha/robô; como voar e disparar; como disparar; como saltar; entre outros.” Pensámos, verdadeiramente, que seria necessário repetir várias vezes o mesmo processo até “encaixar” com a jogabilidade. Contudo a From Software, de forma muito engenhosa, não nos atira à cara um conjunto de tutoriais chatos ou aborrecidos. Bem pelo contrário. Coloca-nos logo na ação. Sentimo-nos quase como um soldado recém chegado à guerra, lhe dão uma arma, alguma munição e lhe dizer: “agora soldado, estás pronto para a guerra!”, dando-nos uma palmadinha nas costas e empurrando-nos diretamente para uma trincheira a ser bombardeada. Essa foi a sensação. Alguns poderão estar a ler isto e dizer “ui, que exagero!”. Talvez, assim o seja, mas acho que não se vão esquecer desta imagem ou ideia. Contudo, apesar de como somos logo mergulhados neste universo de caótico de ação, tiros e mísseis a serem disparados contra nós, rapidamente tomamos conta das noções básicas. Quase que sentimos a mesma sensação de dominarmos o andar numa bicicleta sem rodas ou apoio pela primeira vez. Sem dar-mos por isso, estamos, literalmente, a terminar com as hordas de inimigos noutros mechas/robôs sem grande dificuldade, desviando-nos de todos os mísseis sem o mínimo erro. A cereja no topo do bolo, é quando sentimos que dominamos o jogo, e progredindo no nível, de forma (mais uma vez) engenhosa a From Software diz-nos: “calma jovem, ainda tens muito para aprender” e nos coloca um mini Boss ou Boss que testa os limites e noções que criamos para o jogo. Temos constantemente que nos adaptar às fraquezas do adversário. Aprender os padrões de ataque. Saber esquivar e atacar no seu devido tempo, tal e qual como um souls like e, muito honestamente, adorámos isso.

Mais do que a jogabilidade intuitiva, após passar a primeira missão e de derrotar o primeiro Boss, é nos permitido comprar novas armas para o nosso mecha/robô. Mas melhor do que isso, é o sistema avançado de personalização. Armored Core VI permite-nos, mais do que escolher a cor para o nosso mecha/robô, de criar padrões, de comprar novos braços, pernas e outros membros para a máquina com base no nosso estilo de jogo (mais rápido, mais agressivo, ou equilibrado) ou até mesmo em querer trocar as ditas pernas por uma base de um tanque de guerra com lagartas. Perdemos a conta à quantidade considerável de combinações e opções que o jogo nos fornece. No nosso caso, editámos o nosso mecha/robô como se fosse um Evangelion Unit – 01 ou EVA do anime Neon Genesis Evangelion. Vimos também outros jogadores a dar asas à criatividade e a fazerem verdadeiros Megazord’s ou Gundam’s.

No que toca à música e à criação dos cenários, podemos indicar que em momento algum existem elementos repetidos. Todos os níveis, embora semelhantes, têm sempre algo de único, assim como nos diferentes adversários. Por outro lado, devemos ainda apontar para a característica dos diferentes bosses que encontramos ao longo de jogo, indo desde “armored cores” semelhantes a nós até a enormes naves espaciais no espaço. Em nada sentimos o “cansaço visual” de algo repetido.

Como última análise, após várias horas de jogo e repetindo missões ou experimentando novas composições para o nosso mecha/robô, sentimos a constante vontade de jogar o jogo e de colocar à prova os nossos limites. Armored Core VI é um excelente jogo e não nos impressionava o facto de o ver, futuramente, nomeado ou integrado numa lista a candidato a jogo do ano.

Armored Core VI - Fires of Rubicon
Armored Core VI - Fires of Rubicon
9
  • Positivo
  • Jogabilidade
  • Dificuldade Equilibrada
  • Música
  • Dinâmica da História
  • Opções de personalização
Escrito por:
Francisco Costa
Um apaixonado pela cultura Geek que adora tecer comentários e criticas às mais novas formas de arte! Sou uma pessoa um pouco reservada, mas sempre pronto para debater, por largas horas (ou em escassos minutos) qualquer assunto!. Tenho como hobbies favoritos o desenho e a fotografia de rua.